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Ex-empregada doméstica conta como construiu império da indústria de cosméticos

ago 15, 2016

Inovação contínua é a estratégia do Instituto Beleza Natural para continuar crescendo a cada ano, mesmo em tempos de recessão econômica. Pioneira no tratamento para cabelos crespos e ondulados, a empresa abriu, no começo de agosto, mais um quiosque para venda de produtos em Salvador. Com os novos espaços, totaliza 45 unidades de negócio em operação, entre institutos, lojas de produtos e quiosques, além de uma fábrica própria, empregando quase quatro mil colaboradores. Desde o final de 2014 e início de 2015, quando começaram a ser inaugurados, os quiosques impulsionaram o desenvolvimento da empresa, que cresceu 13% no último ano, como conta ao CORREIO a sócia-fundadora do instituto Zica Assis.

A empresária e ex-empregada doméstica que construiu um império da indústria de cosméticos a partir de uma fórmula de tratamento capilar fará a palestra Bahia Mais Competitiva, que acontece no próximo dia 31 como parte do Fórum Agenda Bahia. O evento é realizado pelo jornal CORREIO e pela rádio CBN, em parceria com  Braskem, Coelba e Federação das Indústrias do Estado da Bahia (Fieb).

O Beleza Natural tem 23 anos e até o final de 2014 os produtos de tratamento eram comercializados em lojas localizadas apenas nos salões da rede. O que fez a empresa decidir pela abertura de outros pontos de vendas para os produtos?  

Foi uma grande sacada que ouvimos da nossa equipe e da nossa clientela. Antes, a gente pensava que as lojas deveriam estar exclusivamente nos salões, porque a cliente passava lá após o tratamento e teria mais conhecimento dos produtos disponíveis para compra. Conversando com as nossas funcionárias e sócios, percebemos que havia um grupo de pessoas que não fariam o nosso tratamento – como aquelas que estão no processo de transição capilar ou usam o cabelo black -, mas que têm interesse de cuidar da saúde do fio de cabelo e se interessariam por nossa linha de produtos. Ter os quiosques em pontos estratégicos da cidade, como shoppings com grande circulação e rodoviárias, por exemplo, facilita a vida daqueles que não tinham tempo de ir ao instituto. Para aqueles que não conheciam a marca, os quiosques são também uma forma de divulgação do nosso produto.

Qual foi o impacto da abertura desses pontos de vendas no processo de expansão da empresa?

Começamos a abrir os quiosques entre o final de 2014 e o início de 2015 e o resultado das vendas foi muito bom, subindo bastante e nos motivando a abrir ainda mais quiosques. A estratégia causou um boom nas vendas, mesmo nesse período de crise, e foi possível porque levamos em consideração o que nossa equipe e clientela pedia e inovamos no nosso negócio. Em Salvador, a implantação do quiosque no Shopping Center Lapa foi um sucesso e acabamos de abrir outro no Shopping da Bahia. Temos 14 deles distribuídos em cidades onde já temos institutos consolidados e crescemos 13% no último ano, muito por conta dessas novas unidades de negócios.

Como se dá o desenvolvimento dos produtos de tratamento da marca Beleza Natural?  

Esse é um outro aspecto em que estamos sempre inovando e nos mantendo sempre atualizados.  Temos atuado em  parceria com  universidades para desenvolver pesquisas sobre novos produtos e temos também  um laboratório apenas com o objetivo de desenvolvê-los. Escutamos muito a nossa equipe para saber quais são as necessidades dos nossos clientes e que tipo de produto podemos oferecer no mercado. Ultimamente, temos conseguido desenvolver  produtos e serviços tanto para os clientes que fazem o tratamento nos salões quanto para o público que deseja manter o fio de cabelo saudável. Com esse trabalho de pesquisa e desenvolvimento constante conseguimos ter, a cada ano, dois ou três produtos que são campeões de vendas em nossas lojas e quiosques.

Ao que você atribui o sucesso da empresa, que continua crescendo, mesmo com o atual cenário econômico?  

A gente trabalha com um nicho de mercado que estava esquecido pelas empresas de beleza. Quando começamos, não existia nada para o cabelo crespo, e quem tinha esse tipo de cabelo optava pelo alisamento. Eu queria algo a mais para o meu cabelo, algo que o deixasse natural. As linhas de produtos disponíveis no mercado eram para outros tipos de cabelos. Quando consegui chegar na fórmula do Super-Relaxante, após 10 anos de tentativas, todo mundo ficou encantado. Junto com  o produto, desenvolvemos também uma linha de tratamento com xampu, cremes e condicionadores. No começo, eu só queria algo que atendesse a minha necessidade e da minha comunidade. Nunca pensei em encontrar tantas mulheres que tinham o mesmo problema que eu.

Uma pesquisa recente feita pelo SPC Brasil  e pela Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas aponta que, mesmo em tempos de crise, os gastos com beleza ainda são vistos como uma prioridade para muitos consumidores, que preferem cortar custos com lazer em vez de serviços relacionados a beleza e estética. Qual a avaliação que você faz desse levantamento? 

O serviço que oferecemos no Beleza Natural está muito ligado a autoestima das pessoas. Eu escuto as histórias das nossas clientes que me dizem que com o cabelo bonito elas conseguem estudar, reagir, trabalhar bem e enfrentar as dificuldades do dia a dia. Nossas clientes também se sentem parte do instituto.

Um grande número das funcionárias que hoje trabalham no Beleza Natural já foram clientes de vocês. Como essa transição acontece na prática?

Como clientes, elas chegavam ao salão, gostavam do tratamento,  do ambiente de trabalho e se encontravam aqui. A gente oferece a oportunidade e aqui elas têm a possibilidade de crescer junto conosco. Também criamos  oportunidade para as pessoas conseguirem o primeiro emprego e isso é parte do nosso sucesso também, porque quando você abre portas, as pessoas se dedicam ao que fazem. Na hora de escolher uma funcionária, a gente faz entrevista para avaliar o seu perfil, mas não exigimos  experiência, como em  outras empresas. Elas não precisam saber nada de cabelo, porque esse treinamento é a gente que vai oferecer. O que procuramos são profissionais que  gostam de atender, de lidar com pessoas, que saibam acolher as clientes que chegam ao instituto muitas vezes precisando de um sorriso, um abraço. Para aprender a técnica de aplicação do produto, nossas  funcionárias passam  por um treinamento de três meses, que envolve tanto  aulas teóricas quanto  práticas.

Quando foi que vocês perceberam que Salvador tinha um bom mercado para o negócio?

Depois de expandir pelo  Rio de Janeiro e abrir uma unidade no  Espírito Santo, fizemos pesquisas de mercado e identificamos que Salvador era um ótimo lugar para ter um instituto. Nessa época, as pessoas  pela cidade usavam muito o cabelo alisado e preso, e havia poucos blacks e dreads. Quando comecei a andar pela Liberdade, as pessoas olhavam meu cabelo e perguntavam muito, não acreditavam que era o meu próprio fio. Ficavam encantadas quando eu falava sobre a técnica que usava. Começamos com alguns funcionários do Rio que levamos para treinar uma equipe e, em 2010, abrimos uma unidade no Largo do Tanque.

Como foi a repercussão do negócio com a abertura da unidade  em Salvador e o processo de expansão da empresa aqui?

Foi um sucesso enorme, porque era muita gente querendo sair do alisamento. A demanda era tão absurda que chegamos a atender mil pessoas por dia, com 285 meninas trabalhando. A partir daí, passamos a expandir em Salvador e abrir vários institutos para atender essa demanda que era tão grande. Foi uma experiência ótima ver as pessoas redescobrindo o seu cabelo. Além do instituto no  Largo do Tanque e dos quiosques, temos salões em Pau da Lima, Salvador Norte Shopping, Cajazeiras e Periperi, totalizando sete unidades de negócios.

Como você vê o momento de crise e o Beleza Natural inserido nesse processo?

Nosso segredo é continuar inovando, nos mantermos ativos. Desde que começamos, 23 anos atrás, não paramos em nenhum momento. Abrimos o quiosque no Shopping da Bahia e agora vamos inaugurar um instituto em Juiz de Fora, Minas Gerais. A gente vê a crise, mas busca reagir junto com a economia e consegue isso colocando a cabeça para funcionar e escutando as pessoas – equipe, sócios, clientes – para buscar alternativas nesse momento de recessão.


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