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Para gerar novos negócios, Bahia precisa contar com o envolvimento de empresários e políticos

set 8, 2016

Cidades baianas têm potenciais em diversos setores, como a indústria química, o agronegócio, a celulose e a cadeia de energias renováveis. Para gerar novos negócios, apontam especialistas, precisam contar com o envolvimento de empresários e políticos para desenvolver um planejamento de longo prazo

Lucy Brandão Barreto
lucy.barreto@redebahia.com.br

O sétimo estado mais rico do Brasil não tem um único setor como base da sua economia, mas uma diversidade de vocações que fazem da Bahia a detentora de um terço do PIB (soma de todas as riquezas) do Nordeste. E o potencial para crescer ainda mais é enorme, segundo o sócio-diretor da MaxiQuim Assessoria de Mercado, Luiz Zuñeda. “Basta investir naquela que já é a segunda indústria mais importante da Bahia e a base de todas as indústrias do mundo: a indústria química”, garante.

Mas as vocações não param por aí. Enquanto o mercado nacional sofre com o cenário econômico, a indústria florestal baiana desponta como a quarta maior exportadora do Brasil com faturamento da ordem de R$ 9 bilhões em 2015. “As pessoas me perguntam se o papel vai acabar. Eu digo que os países ricos desperdiçam papel, enquanto no restante do mundo falta”, afirma o presidente do Sindicato de Papel e Celulose da Bahia (Sindipacel), Jorge Cajazeira.

“Isso sem falar nas oportunidades que surgem se integrarmos as várias cadeias produtivas que o estado pode desenvolver para crescer mais”, complementa Luiz Zuñeda.

Cadeia global
O desafio, segundo o consultor, é pensar sob o aspecto global. Para ele, a indústria que está presente em tantas outras é a base fundamental para a indústria baiana crescer e deve ser ainda o canal pelo qual se dará a integração da produção brasileira e mundial. Ele cita ainda o quanto de química existe em outras indústrias, como as embalagens de alimentos, os componentes plásticos da automotiva, entre outros exemplos.

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“A primeira indústria química surgiu nos anos 1920 nos Estados Unidos. Em menos de um século, vejam o quanto cresceu”. Durante palestra no painel Vocações da Bahia: Diferencial Competitivo do Estado, no Fórum Agenda Bahia, Luiz Zuñeda apresentou como caso de sucesso a poderosa Samsung – empresa atualmente conhecida pelos produtos eletrônicos – que estabeleceu a base estratégica para seu crescimento futuro, ainda nos anos 1970, investindo na indústria química, por meio da Samsung Cheil Industries.
“A Samsung é um exemplo clássico de quem investiu na indústria química como a base das outras indústrias da marca”, disse o palestrante. “Imagine o que pode ser feito se você integrar várias outras produções, como a automotiva no Polo de Camaçari, a de papel e celulose no Sul do estado, e outras mais”, completa.

O político e o empresário
O sucesso, porém, não virá caso o Brasil pós-crise não aprenda a importância de duas figuras que, de acordo com Zuñeda, são protagonistas: o político e o empresário. “Não vamos crescer se não tiver um bom político e um bom empresário. O debate sobre um não se dá sem o outro”, ressalta.Para ele, a relação entre os dois precisa melhorar. “Não podemos ter medo de entrar nesse debate, senão as coisas não vão melhorar”.

]Como aliado nessa relação, ele destaca o planejamento. “Entidades e governos precisam ter um plano e fazer disso uma bíblia para o longo prazo, independente da troca de governo que é típica da democracia e sempre vai haver”, conclui.

Porto Sul
Jorge Cajazeira, que também vislumbra o crescimento econômico por meio das vocações que o estado já tem, destaca o caminho a ser seguido. “Os maiores entraves na Bahia ainda são estruturais. Se não melhorarmos isso não vamos conseguir atrair investimentos”, analisa.

De acordo com o presidente do Sindipacel, um dos maiores problemas é a questão portuária. “A Suzano Papel e Celulose, por exemplo, exporta pelo Porto de Vitória (Espírito Santo). Então, o projeto do Porto Sul é importantíssimo para escoar essa produção”. Outro ponto delicado quanto à infraestrutura são as rodovias. “Não entendo por que até hoje não foi privatizado o trecho entre Mucuri e Eunápolis. Precisamos que isso saia logo”, cobra Cajazeira.

Parceria público-privada
Ele acredita que as parcerias público-privadas sejam a saída para que as obras de infraestrutura saiam do papel. “Esse é o único caminho. O governo não tem dinheiro para resolver todas estas questões estruturais. Então, por que não viabilizar o Porto Sul por meio destes investimentos privados?”.

Investimento em infraestrutura, a diferença que faz
A região de Três Lagoas, no Mato Grosso do Sul próxima da divisa com São Paulo, está mudando a geografia da celulose no Brasil e tem muito a ensinar aos outros estados produtores dessa commodity. É o que afirma o presidente do Sindicato de Papel e Celulose da Bahia (Sindipacel), Jorge Cajazeira.

Em uma década, o estado construiu o parque industrial que abriga três gigantes do setor – a Fibria, maior fabricante de celulose do mundo, a subsidiária da americana International Paper e a Eldorado Brasil, do grupo JBS. “O resultado é que os investimentos por lá já passam de R$ 25 bilhões e o estado vai passar, em breve, a ser o segundo maior produtor mundial de celulose”, revela.

O segredo, segundo Jorge Cajazeira, foram os esforços do governo em incentivar o setor e garantir um licenciamento ambiental extremamente ágil e desburocratizado. “Eles foram receptivos ao setor e o estado criou meios para isso. Claro que a logística também ajuda, já que estão próximos ao Porto de Santos”.

Para o presidente do Sindipacel, a burocracia quanto ao licenciamento ambiental ainda é um entrave na Bahia. “Uma coisa é você derrubar árvore para plantar, isso eu não concordo, tem que ter todo um processo. Mas outra coisa é plantar em áreas degradadas, plantar em pastos, aí tem que facilitar o processo”, diz. E complementa ainda: “É claro que já houve avanços quanto ao licenciamento, mas a gente ainda pode melhorar muito. É isso que a Bahia precisa”.

Diferente de outros setores, a indústria da base florestal sentiu menos o período da crise brasileira. Isso porque, de acordo com Cajazeira, “80% da produção de celulose é exportada e o resto do mundo não está em crise”.

A produção industrial baiana detém números expressivos em relação ao Brasil – é responsável por 95% da produção de celulose solúvel, 3% da produção de papel e 17% da celulose nacional. Além disso, a Bahia é líder do Nordeste em exportações.

Sobre as mudanças necessárias para o país sair da recessão econômica e voltar a crescer, o presidente do Sindipacel é otimista.
“Temos esperança que o governo Temer faça o que prometeu que é reduzir o custo do estado e desonerar as empresas para que possamos investir e o país crescer, mas estamos vendo aí que é um caminho longo”, completa Jorge Cajazeira.


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