A origem, a disputa e o fim trágico
Thais Borges
A rota final da lancha Cavalo Marinho I não começou 6h30 no dia 24 de agosto do ano passado. A trajetória da embarcação, criada na década de 1970, começou a mudar no dia 18 de julho de 2005. Foi nessa data, há pouco mais de 13 anos, que a assinatura de um contrato traçou destinos, afetou famílias e deu início a uma fase diferente na travessia Salvador-Mar Grande.
Nesse dia, foi assinado o contrato de locação das lanchas Cavalo Marinho, então pertencentes a Antônio Garrido Teixeira Poceiro, para Lívio Garcia Galvão Júnior, dono da empresa CL Transportes Marítimos – ou, em documentos oficiais, CL Empreendimentos Eireli, a empresa individual de responsabilidade limitada que passou a ser dona da embarcação que virou tragédia.
Lívio e a esposa, Cleide Costa dos Santos Galvão, que aparece como dona da Cavalo Marinho I nos documentos da lancha, não trabalhavam com travessia marítima. Hoje, as iniciais dos dois batizam o nome da empresa, mas, quando a CL foi criada, em 1997, nenhuma das quatro lanchas Cavalo Marinho pertencia a eles.
No site da Junta Comercial da Bahia (Juceb), inclusive, onde o a CL tem capital social de R$ 500 mil, há uma série de alterações de dados e consolidação de estatuto da empresa entre 2004 e 2012.
Não se sabe, oficialmente, por qual motivo o casal decidiu investir na travessia. Procurados pelo CORREIO, os dois preferiram não dar entrevista. Há quem arrisque, porém. A ex-esposa de Antônio Garrido, Adilza Bonfim, 67 anos, acredita que era porque a ilha se desenvolveu muito; o empreendimento das lanchas parecia vantajoso.
A viúva de Garrido, Telma Bulhosa, 56, também sabe que o negócio era rentável. Ela lembra que, quando a empresa ainda pertencia ao companheiro, era comum que os cobradores apresentassem R$ 5 mil, R$ 6 mil diários com a venda das passagens. “Isso naquele tempo, que não tinha o fluxo de hoje. Na época, tinha que esperar lotar as lanchas. Elas não saíam por horário, como acontece agora”, lembra. Atualmente, 3,5 mil pessoas fazem a travessia diariamente no período da baixa estação - o número salta para 8 mil na alta estação.
Entre as cenas que ficaram marcadas na memória, estão as vindas de Lívio à casa onde moravam.
Na época, ela não o conhecia. Sabia da família; que era filho de um político tradicional. No entanto, só o conheceu de verdade quando passou a frequentar a casa. Eram as primeiras investidas para que Garrido aceitasse alugar as lanchas. Não era uma venda da empresa (cujo nome fantasia também era Cavalo Marinho), reforça. Era um aluguel; e somente das embarcações.
Garrido era tido como um homem obstinado. Quando colocava algo na cabeça, era difícil de tirar. Ninguém o convencia do contrário. E, um mês antes, tinha descoberto diabetes. Pouco depois, foi diagnosticado com a doença de Parkinson. Naquele momento, dizia que estava cansado. Queria descansar, cuidar da saúde. A outras pessoas, disse que queria aproveitar a vida. No fim, o resultado foi o mesmo: assinou o contrato de locação. Só que as lanchas – uma herança de família – nunca mais voltaram para suas mãos.
De pai para filho
A travessia Salvador-Mar Grande é antiga – remonta até ao período colonial. Antes, no século XX, era feita por saveiros – navios com nomes como João das Botas e Anunciada transportavam moradores, alimentos e outros itens de consumo. Pouco antes da construção da Cavalo Marinho I, em 1973, um espanhol chamado Manoel Garrido Poceiro decidiu investir no ramo.
Seu Manoel casou com uma baiana, dona Odete, e viveu em Salvador por alguns anos. Teve padaria, armazém... Até decidir se mudar para a Ilha com a esposa. Lá, comprou a Cavalo Marinho I e reconstruiu a embarcação. O filho, Antônio, conhecido como Garrido, trabalhava com ele desde novinho. Quando Garrido casou com a primeira esposa, dona Adilza Bonfim, em 1974, o espanhol passou a empresa para ele.
Depois, vieram as outras lanchas: Cavalo Marinho II, III e V. A IV nunca existiu: não pôde ser registrada porque o nome já estava tomado por uma embarcação de Valença. Assim, pularam para a V. As duas últimas vieram depois, de acordo com dona Telma. Alguns anos após, vieram as doenças.
Segundo ela, a proposta de Lívio soou como um cuidado, para Garrido.
O empresário cuidaria das lanchas enquanto ele se afastava para descansar e cuidar da saúde. “Nós pedimos tanto para ele (Garrido) não aceitar isso, mas ele aceitou. Foi aí que começou o nosso sofrimento”, conta Telma, que conversa com o CORREIO na sala de um apartamento modesto no Cabula. Primeiro, foram arrendadas somente as Cavalo Marinho II e III.
Inicialmente, o contrato previa um aluguel no valor de R$ 20 mil durante a alta estação, que coincidia com verão (dezembro a março). Na baixa estação, quando o movimento caía consideravelmente, o repasse passava a ser de R$ 17 mil mensais. No ano seguinte, quando as lanchas Cavalo Marinho I e a V passam a fazer parte do arrendamento depois de um aditivo de contrato, os pagamentos subiriam para R$ 45 mil mensais na alta estação e R$ 32 mil na baixa estação. Além disso, Lívio deveria arcar com o plano de saúde de Garrido - tudo previsto no contrato.
O problema é que, em meados de 2008, o pagamento deixou de ser repassado. “Ele dizia que tinha que fazer manutenções nas lanchas e que, ao fim de tudo, não sobrava mais nada para repassar para Garrido. Depois, começou a não pagar mais o plano de saúde de Garrido. A doença dele foi se agravando e a gente saía procurando vaga nos hospitais públicos”, lembra dona Telma, que se emociona ao falar. Nas mãos, ela tem um pacote com cerca de 30 fotos dos últimos dias do marido. Nas imagens, um senhor franzino e debilitado, cheio de feridas provenientes do diabetes.
Ao mesmo tempo, a situação dos funcionários da empresa começou a se agravar. Segundo quatro pessoas ouvidas pelo CORREIO, Lívio deixou de pagar as obrigações trabalhistas. Existem pelo menos 27 ações trabalhistas no Tribunal Regional do Trabalho da 5ª Região (TRT5) que citam a CL antes do acidente do ano passado, segundo a assessoria do órgão.
Nas ações, Antônio Garrido é réu, assim como Lívio, a CL e, em alguns casos, sua primeira esposa, dona Adilza. Entre os processos aos quais o CORREIO teve acesso, há desde relatos de funcionários que não recebiam férias a demissões e mudanças em jornadas de trabalho.
Em uma ação de interdito proibitório interposta pela esposa de Lívio, Cleide Galvão, e a qual o CORREIO teve acesso, a defesa do casal tem outra versão. No documento, que data de julho de 2010 e que foi um recurso após tanto Antônio Garrido quanto dona Adilza terem tentado reaver as embarcações, a defesa afirma que "as querelas trabalhistas (..) eram motivadas por obrigações contraídas e não adimplidas anteriormente ao ajuste da locação". Na ação, também é dito que Garrido e Adilza estariam tentando tomar de volta as embarcações através de "ameaças e intimidações".
A Justiça determinou, porém, que Garrido pagasse as dívidas, ainda que Lívio não estivesse mais repassando o valor do aluguel. Em 2009, inclusive, Garrido chegou a dar entrada em uma ação de cobrança de aluguel com indenização, devolução dos bens e prestação de contas no valor de R$ 300 mil contra Lívio.
Sem dinheiro para pagar as dívidas, Garrido se viu perdendo tudo. Uma casa de seis quartos construída no Alto do Faustino, na própria Ilha, onde morava com Telma, foi tomada para ser penhorada. E, por fim, as lanchas, que foram colocadas a leilão.
“E aí, Lívio foi arrematando. Uma a uma, a preço de banana. Era um pedaço da vida de Garrido que foi arrancado dele”, diz dona Telma. Entre os valores de leilão, que aconteceram entre 2008 e 2010, foram pagos R$ 400 mil pela lancha Cavalo Marinho III e R$ 80 mil pela Cavalo Marinho I.
Quem arrematou, na verdade, foi a esposa de Lívio, Cleide Galvão. Assim, ela passa a ser a dona das embarcações e a titular dos documentos. “Foram muitos anos de sofrimento. A gente perdeu todo o nosso patrimônio. Passamos a viver com ajuda de amigos”, narra Telma.
Os anos seguintes foram difíceis. Sem ter onde morar, vieram para Salvador. Um amigo permitiu que vivessem por pouco mais de um ano em um hotel no Jardim de Alah. Depois, conseguiram se mudar para um apartamento no Cabula, pertencente à mãe dela, e onde dona Telma vive até hoje. Nesse período, também teve que se acostumar com as frequentes visitas de oficiais de justiça: eram intimações e mais intimações referentes aos processos que tramitavam.
Para ter alguma renda, ela e as filhas começaram a trabalhar como recepcionistas de festas de aniversário, ganhando R$ 50 por noite. O dinheiro ia principalmente para os remédios de Garrido. “Não vou dizer que ele morreu 100% passando fome, mas morreu passando necessidade. Morreu me pedindo para que não deixassem amputá-lo”, lembra.
Garrido morreu em abril de 2012, aos 61 anos, na própria casa. Na época, estava sendo cuidado pela esposa, que chegou a assinar um termo de responsabilidade para tirá-lo do hospital – a pedido dele. Não queria morrer no hospital. No fundo, sequer queria que isso acontecesse em Salvador: ele nunca pretendera sair da ilha.
No dia do enterro, mais uma dificuldade. Não tinham dinheiro para pagar as taxas do sepultamento. Ela diz ter ligado para Lívio para pedir ajuda nas despesas do funeral do companheiro, mas ele não teria dado nenhuma quantia. Quem bancou os custos foi o filho de Telma, enteado de Garrido, e o dono da outra empresa que faz a travessia Salvador Mar-Grande, a Vera Cruz Transportes Marítimos, que era amigo pessoal de Garrido. Procurado pelo CORREIO, o dono da Vera Cruz, Antenor Nascimento, afirmou, através da assessoria da empresa, que não daria entrevista.
No dia da tragédia da Cavalo Marinho I, no ano passado, dona Telma desabou no choro. Não conseguia acreditar que aquela lancha – “o chamego, o chaveirinho” do companheiro, de quem a família chegava a ter ciúmes por receber tanta atenção – tinha naufragado, matando 19 pessoas. “Se ele não tivesse morrido, nesse dia, ele infartava. Ele morria junto com essas pessoas”, acredita.
Processos até hoje
Garrido nunca chegou a se divorciar judicialmente da primeira esposa, dona Adilza Bonfim. O processo do divórcio avançava na Justiça quando ele morreu. Era o fim oficial da história de um casal que começou na década de 1960, mas isso não significou o desfecho do sofrimento de dona Adilza. Em meio a problemas familiares, ela foi arrastada para o meio da disputa jurídica que dura até hoje.
Seu Garrido e dona Adilza se conheceram quando ela tinha 16 anos. Casaram alguns anos depois, em 1974. A empresa Antônio Garrido Teixeira Poceiro ME, mais conhecida como Cavalo Marinho, cresceu e passou a empregar os filhos do primeiro casamento e um dos genros.
Numa noite, em um fim de semana que antecedeu à assinatura do contrato firmado entre Garrido e Lívio Galvão, ela convocou uma reunião de família. Chamou os filhos, o genro. Queria saber qual era a real situação da empresa. Descobriu, assim, que as coisas não andavam boas. Mesmo com a chegada do verão, a operação estava ficando no vermelho. Essa informação, porém, não é confirmada pela viúva e segunda esposa de Garrido, dona Telma: segundo ela, a empresa prosperava.
Essa reunião, porém, serviu para que dona Adilza soubesse da proposta de Lívio e descobrisse que Garrido estava seriamente considerando aceitá-la. “Mas Garrido, em tempo nenhum queria deixar uma lancha. Ele queria alugar todas e fez esse contrato com esse cidadão. Eu procurei um advogado para ver se a gente conseguia recuperar algo. Foi uma luta”, diz ela, que é professora e atualmente trabalha como vice-diretora em uma escola da rede municipal de Vera Cruz.
Mesmo sem o divórcio ter sido concluído, a defesa de dona Adilza conseguiu que a Justiça reconhecesse que 40% da empresa Cavalo Marinho pertencia a ela. A liminar foi concedida pela juíza Rita de Cássia Ramos de Carvalho, da comarca de Itaparica, em outubro de 2006.
“Ela nunca participou da administração. Quem cuidava da empresa, fazia tudo era ele (Garrido). Ela era meeira (alguém que tem direito a metade de algo) por ser esposa. Nesse processo, foi deferido que Lívio repassasse um valor para dona Adilza”, explica o advogado dela, Daniel Rocha Araújo.
Segundo o advogado, Lívio chegou a esconder embarcações, como a Cavalo Marinho V, que, até hoje, a defesa tenta que seja devolvida a ela. De fato, dona Adilza passou a receber um valor do aluguel: na baixa estação, ficava em torno de R$ 6 mil, enquanto no verão era de cerca de R$ 17 mil. No entanto, ela afirma que isso durou aproximadamente oito meses.
“Ele (Lívio) fez, aconteceu, reformou a lancha e só uma vez um advogado e a esposa dele se apresentaram no fórum. Até hoje estou nessa luta para ver o que posso receber, mas meu processo está parado porque não tenho dinheiro para mover e não tenho mais esperança de reaver as lanchas, principalmente na situação que está aí hoje”, revela dona Adilza.
Mesmo assim, ela diz que coloca Lívio em suas orações. Diz que pede a Deus, todos os dias, para que ele e sua família possam dar algo (indenização) às vítimas do naufrágio. No dia do acidente, no ano passado, ela conta que adoeceu.
Estava na escola quando escutou a notícia. Saiu com um grupo de colegas e, quando chegou na praia e viu a lancha, sentiu o aumento de pressão. As boas lembranças da lancha – desde quando cursava o magistério em Salvador até as vezes em que usava as embarcações para levar os filhos a consultas médicas na capital – agora, se misturam às imagens daquele dia.
“Eu conhecia várias pessoas que estavam ali, amigos próximos mesmo. É uma tristeza porque realmente eu digo que não sei como pode acontecer isso nessa travessia onde nunca aconteceu nada. De repente, veio uma tragédia próxima à gente”, lamenta.
Em mais de um momento, dona Adilza explica que a Cavalo Marinho I nunca tinha passado por acidentes, em quase 60 anos de existência. Para ela, os problemas começaram depois que Lívio, já proprietário da embarcação, decidiu aumentar a capacidade de passageiros. “Ela nunca passou por isso, aí, se for avaliar, no momento em que o abençoado resolveu fazer essa transformação inadequada, de mudar, de aumentar a lancha, começa, porque nunca tivemos esse tipo de desconforto. Nunca teve acidente nenhum, nem no poder de Seu Manoel, nem no poder de Antônio Garrido”.
A viúva de Garrido, dona Telma, também criticou a expansão do barco. Ela enfatiza: a lancha não era “daquele tamanho todo”. Outro parente do falecido que preferiu não se identificar também foi enérgico: a lancha fora modificada. “Era uma lancha diferente. Sempre funcionou muito bem e nunca teve problema, mas fizeram essas modificações. Ela sofreu alteração irregular”. De fato, o número de passageiros de documentos antes e depois da posse dos Galvão é diferente. Nos documentos da época em que foi arrematada, a Cavalo Marinho I é descrita como uma embarcação que comportaria até 132 pessoas. Já em 2012, em uma licença de construção para embarcações já construídas concedida pela Marinha, o número passa a ser de 151 pessoas.
Quatro anos mais tarde, em 2016, uma licença de alteração expedida pela Marinha cita uma capacidade para 160 passageiros. No dia em que naufragou, esse era o número que constava nas paredes da lancha: lotação de 160 passageiros, com 89 no convés superior e 71 no inferior.
Os novos donos
Na Ilha de Itaparica, é difícil achar que não conheça a família Galvão. Das duas, uma: ou é recém-chegado ou forasteiro. Lívio Garcia Galvão, o patriarca, foi prefeito de Vera Cruz entre 1967 e 1971. Dentista, era conhecido como ‘doutor Lívio’ pelos nativos. Foi ele o primeiro morador da ilha a ter um automóvel.
“Era um jipe que foi transportado para a ilha no navio João das Botas que fazia o trajeto de Salvador para Maragojipe, São Roque, dentre outras localidades”, narra a professora da rede municipal Maria Floricéa Ramos, no livro Vera Cruz: Nas Letras da Docência, organizado por professores do Instituto Federal da Bahia (Ifba) e da Universidade Federal da Bahia (Ufba), em 2012. O livro, que reúne textos de professores da rede municipal de Vera Cruz, é um dos poucos documentos sobre a família.
Esse jipe fazia o transporte da merenda para todas as escolas municipais. A família Galvão, enquanto isso, se estabelecia na conhecida praia da Penha, que se tornou conhecida pelos grandes casarões.
“A família Galvão é uma família de nome, família tradicional. Mas não sei dizer como foi o mandato dele como prefeito. Esse era o tempo em que eu passei pela História e não sabia que era História”, explicou a professora, ao ser procurada pelo CORREIO.
Os sócios da CL Empreendimentos, o casal Lívio e Cleide Galvão, moram no Loteamento Aquarius, zona nobre da Pituba. No edifício em que residem, os apartamentos são vendidos por valores que variam entre R$ 800 mil e R$ 990 mil.
Além disso, a força-tarefa da Defensoria Pública do Estado (DPE) identificou que Lívio também é sócio das empresas Ala Comércio de Combustível Ltda, Ala Assessoria e Consultoria Administrativa Ltda e LG Locação de Equipamentos Eireli. Pelo menos uma dessas empresas – a primeira, que é um posto de combustíveis na Avenida Paralela – continua ativa.
Na tarde da última terça-feira (21), a Justiça determinou a penhora das cotas sociais dessas empresas, que tinha sido solicitada pela DPE desde o dia 16 de maio deste ano. De acordo com a defensora pública Soraia Ramos Lima, coordenadora das Defensorias Regionais e coordenadora da força-tarefa da tragédia de Mar Grande, a Justiça já tinha acolhido o bloqueio de bens da CL e de Lívio Galvão: a DPE solicitou bloqueio mensal de 20% e a Justiça deferiu bloqueio de 5% da renda líquida mensal.
O problema é que, até a DPE localizar essas outras três empresas, nenhum outro bem ou imóvel em nome da CL ou de Lívio tinham sido encontrados.
“Houve uma certa revolta por parte dos moradores quando dissemos que não encontramos bens, porque diziam que ele tem casa na ilha, na praia da Penha, que tem carros luxuosos, casas boas e inclusive barracas na própria ilha. A gente não conseguiu provar nada disso, então pode ser que não esteja no nome dele. Mas foi uma revolta geral quando fomos atender lá”, pondera a defensora Soraia.
Agora, com a penhora dessas cotas sociais, ela já vê a possibilidade de existir conciliação. “A gente estava apreensiva porque estávamos achando que eles estavam ganhando tempo, mas agora vai ser mais fácil a negociação”.
O CORREIO procurou Lívio e Cleide Galvão no edifício onde moram, mas funcionários do prédio informaram que nenhum dos dois estava em casa. Através do advogado, Manoel Joaquim Pinto Rodrigues da Costa, o casal também negou os pedidos de entrevista.