Geraçãozinha Covid https://especiais.correio24horas.com.br/geracaozinha-covid Não importa a idade. Pode ter sido de forma diversa, mas a pandemia da covid-19 atingiu a todos. Com as crianças, não tinha como ser diferente. Mon, 02 Nov 2020 18:19:14 +0000 pt-BR hourly 1 https://wordpress.org/?v=5.3.17 O projeto: entenda o que é a geraçãozinha covid-19 https://especiais.correio24horas.com.br/geracaozinha-covid/oprojeto/ https://especiais.correio24horas.com.br/geracaozinha-covid/oprojeto/#respond Tue, 27 Oct 2020 15:12:06 +0000 https://especiais.correio24horas.com.br/geracaozinha-covid/?p=3750 Quem é e o que pensa a ‘geraçãozinha covid-19’ Não importa a idade. Pode ter sido de forma diversa, mas a pandemia da covid-19 atingiu a […]

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Quem é e o que pensa a ‘geraçãozinha covid-19’

Não importa a idade. Pode ter sido de forma diversa, mas a pandemia da covid-19 atingiu a todos. Com as crianças, não tinha como ser diferente. Dos bebês que nasceram em meio à quarentena às meninas e aos meninos já com 11 anos, prestes a entrar no que o Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA) define como adolescência, todos ficarão marcados pela maior crise sanitária, política e econômica do último século.

Especialistas são praticamente unânimes em dizer que essa será uma geração diferente. Para entendê-la, buscamos 15 crianças de diferentes idades, que moram em várias cidades da Bahia e que têm vivido a pandemia e o distanciamento social de forma única. Cada uma com sua realidade, elas nos contam o que sabem do coronavírus, como a covid-19 impactou suas vidas e o que esperam do futuro, depois que tudo isso passar.

Houve conversas por chamadas de vídeo, por mensagens de áudio e por ligação tradicional. Mas, além disso, cada uma das 15 crianças fez um desenho e um vídeo. No desenho, elas falam do presente. Contam o que conhecem e o que pensam da pandemia e de todas as mudanças trazidas por ela. No vídeo, falam do futuro – seja o seu, individual, seja o do mundo.

Além de ouvi-los, conversamos também com os adultos. Ouvimos mães e também especialistas de diferentes áreas. Da Antropologia à Pediatria, todos falam sobre os reflexos que podem continuar até quando cada criança já for gente grande. Aqui, os pesquisadores também aparecem com suas fotos de criança, porque decidimos não usar fotos de adultos nesse especial.

A ‘geraçãozinha covid-19’ não deve ser entendida como algo ruim, nem deve ser associada meramente ao vírus. Ao mesmo tempo, deixamos claro que a geração de crianças que tem crescido em meio à pandemia é cheia de sonhos, otimismo, solidariedade e esperança, mas também tem medo e angústias. E mais: são meninas e meninos que compreendem mais do que estamos vivendo do que muitos adultos.

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“Fiquei com medo porque eu tenho muito familiar que é velhinho” https://especiais.correio24horas.com.br/geracaozinha-covid/helenna-fernandes/ https://especiais.correio24horas.com.br/geracaozinha-covid/helenna-fernandes/#respond Tue, 27 Oct 2020 06:00:00 +0000 https://especiais.correio24horas.com.br/geracaozinha-covid/?p=3363 Helenna Fernandes tem 8 anos, mora no Capão e ficou mais tempo com os pais na quarentena Um dos momentos mais difíceis para Helenna Fernandes na […]

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Helenna Fernandes tem 8 anos, mora no Capão e ficou mais tempo com os pais na quarentena

Um dos momentos mais difíceis para Helenna Fernandes na quarentena foi o aniversário dela. Todos os anos, a família fazia uma festinha e convidava os amigos. Dessa vez, a mãe dela fez um bolo, mas Helenna não pôde encontrar ninguém. 

“Não pude ver meus amigos e quase ninguém da minha família. Mas a gente ligou pelo celular e fez o parabéns”, conta ela, que fez 8 anos no dia 13 de abril, bem no começo do distanciamento social. 

Helenna estuda no 3º ano da Escola Comunitária Brilho do Cristal, no Vale do Capão, um lugar que fica na cidade de Palmeiras, na Chapada Diamantina. Antes, ela acordava às 7h para pegar o ônibus que passava sempre às 7h30 para ir à escola. 

“Minha aula começava às 8h e a gente acordava o corpo com a professora até umas oito e meia. Terminava quase meio-dia e quando voltava para casa, eu descansava um pouco e brincava”, lembra. 

Ela mora no Capão com a mãe, o pai e a irmã de 14 anos. Com a pandemia, a escola criou uma forma de continuar com as aulas online. Cada sala tem um grupo no Whatsapp onde os alunos recebem atividades para fazer. Quando cada um termina, tira uma foto do dever e manda para o grupo. 

“Tranquilo, tranquilo, não está, mas estou conseguindo fazer tudo. Só que eu sinto muita saudade da escola, saudade dos meus amigos todo dia”, explica Helenna. 

Helenna também passou a desenhar mais, durante a quarentena. Além disso, ela gosta de escrever e ajudou o pai a fazer uma horta em casa. Agora, eles nem precisam mais comprar alface ou tomate porque podem pegar da horta. 

Helenna ajudou o pai a fazer uma horta em casa
(Foto: Acervo pessoal)

Ela também não sai muito de casa. Quem vai ao mercado fazer feira é o pai, que geralmente vai sozinho. Uma vez ou outra, para não ficar presa demais, Helenna sai de máscara para caminhar com a mãe. 

“Sei que não foi a primeira vez que teve coronavírus, mas sei que dessa vez começou na China e foi se espalhando pelo mundo inteiro. Muitas pessoas estão pegando e ficando mal, algumas falecem”, explica. 

É verdade que essa não é a primeira vez que um coronavírus deixa as pessoas doentes. Outras formas desse mesmo vírus já apareceram antes. Porém, como os vírus vivem mudando, às vezes surgem novos e o corpo humano nem sempre sabe como lidar com eles. 

“Eu soube que covid-19 não é porque já teve 19 vezes, mas porque a doença foi descoberta de novo em 2019”, continua Helenna. 

No início, ela percebeu que muitas pessoas estavam preocupadas com a covid-19. Todos os dias, via que seus pais assistiam aos jornais para tentar descobrir o que estava acontecendo. Ela ficou com medo quando viu que eles estavam preocupados. 

Uma parte da família de Helenna mora em Salvador e outra mora em São Paulo. Por isso, ela também ficou preocupada com a possibilidade de alguém ficar doente. 

“Fiquei com medo de eles pegarem porque eu tenho muito familiar que é velhinho. Tenho minha bisa, minha avó, meu avô. E como eu sou criança, eu não vivi na época que já teve covid, por isso tive medo. Mas agora eu sei que minha família está se cuidando bem. A preocupação não acabou, mas fico mais tranquila do que no começo”, diz. 

Além disso, com a pandemia, os pais de Helenna acabaram ficando mais tempo em casa com ela. Antes, eles saíam muitas vezes para fazer gravações. Ela acha que está mais próxima deles por isso. 

“Em casa eles estão trabalhando de qualquer jeito, porque precisam ficar no computador. Só que agora estão saindo bem menos”, conta. 

Mesmo assim, hoje, Helenna diz que fica feliz porque só soube de um caso no Capão. “E a pessoa já melhorou, está boa”, conta.

Desenho

O CORREIO pediu que Helenna fizesse um desenho mostrando o que ela pensa e sabe sobre a pandemia.

“O meu desenho tem algumas coisas certas e algumas coisas erradas de se fazer na quarentena. Aí eu escrevi ‘lave as mãos, use máscara use álcool e não saia de casa'”, explica.

O futuro

Helenna também gravou um vídeo contando como ela acha que será o futuro depois da pandemia.

“Eu acho que a gente vai tomar mais cuidado, cuidar mais da nossa saúde. Eu acho que a gente vai ajudar mais um ao outro”.

Assista:

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“Eu não senti medo, não. Eu uso máscara, passo álcool gel na mão” https://especiais.correio24horas.com.br/geracaozinha-covid/cecilia-vitoria-cerqueira-2/ https://especiais.correio24horas.com.br/geracaozinha-covid/cecilia-vitoria-cerqueira-2/#respond Tue, 27 Oct 2020 05:30:00 +0000 https://especiais.correio24horas.com.br/geracaozinha-covid/?p=3369 Cecília Vitória Cerqueira tem 9 anos, mora em Simões Filho mas foi passar a quarentena em Feira de Santana e ficou triste quando parou de ir […]

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Cecília Vitória Cerqueira tem 9 anos, mora em Simões Filho mas foi passar a quarentena em Feira de Santana e ficou triste quando parou de ir às aulas

Cecília Vitória Cerqueira tem 9 anos e não está assustada com o coronavírus. Mesmo não sabendo muito sobre a doença, ela não deixa de tomar cuidado. “Eu não senti medo, não. Eu uso máscara, passo álcool gel na mão”, diz. Já ouviu falar da covid-19 nos jornais.

“Vi que todo mundo está se contaminando, que tem muita gente doente”. 

Ela se mudou com a mãe para uma chácara em Feira de Santana, no início da pandemia. Foram passar esse tempo com a família lá. Mas Cecília nasceu em Salvador e sempre morou em Simões Filho, na Região Metropolitana. 

Cecília foi passar a quarentena em Feira de Santana com a mãe
(Foto: Acervo pessoal)

Cecília era o que os médicos chamam de prematura extrema – ou seja, ela nasceu com apenas seis meses. Enquanto isso, a maioria das crianças fica na barriga da mãe até mais ou menos nove meses. Mas como não foi assim com Cecília, significa que o corpo dela ainda não estava totalmente preparado e funciona de uma maneira diferente. Por isso, desde quando era pequena, vivia indo de uma cidade até a outra, porque era em Salvador que fazia os tratamentos. 

Por ter ficado menos tempo na barriga de sua mãe, Cecília tem algumas deficiências, o que quer dizer que o corpo dela tem algumas dificuldades. Ela já teve paralisia cerebral, que é uma doença no cérebro que pode fazer com que as crianças não consigam andar. O cérebro é a parte do corpo que faz a gente andar, enxergar, conversar. É por isso que Cecília tem uma cadeira de rodas. 

A rotina de Cecília era intensa. De manhã, ela estudava no grupo 2 da Escola Municipal Professora Juciete Souza, em Simões Filho, e à tarde fazia sessões de fono, hidroterapia e fisioterapia na Apae Salvador. Uma vez por semana, ia também ao Instituto dos Cegos.

São essas atividades que fazem com que ela seja mais ativa. Mas a covid-19 fez tudo isso parar.

“Parei de ir para terapia, de ir para escola. Parei tudo”, conta Cecília.

No início, ela ficou muito curiosa, porque parou de ir à escola e só ficava em casa. Só então ela percebeu que tudo era por causa de um vírus que estava deixando todo mundo doente. 

Cecília sente falta de brincar com as amigas
(Foto: Acervo pessoal)

“Antes eu também ficava brincando de boneca e gosto de ficar deitada, fazer vídeo, brincar de slime com a vizinha”, conta Cecília, que assiste vídeos das bonecas Baby Alive, de receitas e da cantora Marília Mendonça no YouTube.

“Mas não tenho mais visto minhas amigas”, diz. 

Com 1,48m de altura, ela nunca andou sozinha, mas graças aos exercícios do tratamento, conseguia ficar em pé e até se apoiar em alguns lugares. Só que, agora, Cecília não consegue mais ficar de pé e nem sua mãe consegue mais carregá-la. Mas ela não perde a esperança. 

Desenho
Sabe como a gente tem certeza disso? Porque Cecília decidiu mostrar a todo mundo que é otimista. O CORREIO pediu que ela fizesse um desenho para representar o que ela sabe e pensa sobre a pandemia. Ela aprendeu a desenhar no Instituto dos Cegos usando materiais de alto relevo. 

Cecília desenhou um coração com papel picado e cola para simbolizar o amor. “Esse vírus é feio, mas não vai destruir as pessoas. Não vai destruir o amor”, afirma. 

No desenho, Cecília também assinou seu nome em braile
(Foto: Acervo pessoal)

O futuro

Quando passar a pandemia, ela já tem planos.

“Minha vida vai ser sair, ir para fora, poder encontrar as pessoas”, conta. 

Ela também gravou um vídeo dizendo como ela acredita que será o futuro quando tudo passar, após a pandemia. “Acho que as pessoas vão se cuidar, vão ter mais atenção, mais higiene, vão ser mais solidárias”. 

Assista: 

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“Eu ia pegar meu tacape e bater no vírus até ele ir embora e não voltar” https://especiais.correio24horas.com.br/geracaozinha-covid/hywnata-pataxo/ https://especiais.correio24horas.com.br/geracaozinha-covid/hywnata-pataxo/#respond Tue, 27 Oct 2020 05:00:00 +0000 https://especiais.correio24horas.com.br/geracaozinha-covid/?p=3362 Hywnatã Pataxó tem 8 anos, mora na aldeia Novos Guerreiros e nunca sai sem máscara Uma das primeiras coisas que mudou para Hwynatã Pataxó é que […]

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Hywnatã Pataxó tem 8 anos, mora na aldeia Novos Guerreiros e nunca sai sem máscara

Uma das primeiras coisas que mudou para Hwynatã Pataxó é que tiveram que colocar um cadeado na frente da aldeia por causa da pandemia. Hywnatã vive com a família na aldeia Novos Guerreiros, em Porto Seguro, Sul da Bahia. 

Quando os casos estavam crescendo, os adultos decidiram fechar a comunidade para que pessoas de fora não entrassem lá levando o coronavírus. 

Na aldeia, moram 200 famílias indígenas. Mas Hywnatã tem parentes morando em outras aldeias, como Barra Velha e Boca da Mata, que também ficam em Porto Seguro. Com a covid-19, ele não podia mais visitá-los. 

Hywnatã gostaria de mandar o coronavírus embora
(Foto: Acervo pessoal)

“Não podia mais ver minha família, nem brincar com meus amigos. Tinha que ficar em casa”, diz ele, que tem 8 anos e mora com os pais e a irmã de um ano e meio. 

Em toda a Bahia, existem quase 12 mil crianças que são indígenas como Hywnatã. Mas esse número pode ser ainda maior, porque é do último censo, de 2010, ou seja, da última vez em que as autoridades contaram a quantidade de pessoas que vivem no Brasil.

Antes do coronavírus, Hywnatã ia à escola municipal em Nova Coroa, em Porto Seguro. Ele está no 2º ano e sua matéria preferida é Matemática. Mas agora ele não está tendo aulas. 

No tempo livre, ele gostava de correr, brincar de arco e flecha ou de tacape. “Tacape é uma coisa que a gente pega na mão e joga lá embaixo. Ele tem que cair de pé”, explica Hywnatã. 

O tacape é feito com um pedaço de madeira e é muito comum entre os povos indígenas. Além de servir para algumas brincadeiras, ele pode ser usado tanto como uma arma em uma luta quanto em rituais. 

“Eu já ouvi falar que o coronavírus mata, que a gente não pode sair e que tem até gente passando mal dentro de casa, até morrendo dentro de casa”, diz. 

Mesmo assim, Hywnatã tem “mais ou menos” medo da doença. Nas poucas vezes em que saiu da aldeia nos últimos meses, sempre com máscara, a mãe não deixava ele encostar em pessoas. 

“Tenho imunidade baixa”, explica. Hywnatã é o que os médicos chamam de transplantado hepático. Ou seja, significa que o fígado com o qual ele nasceu não funcionava como deveria e ele fez uma cirurgia para receber um novo. Por isso, ao longo da vida, ele tem que tomar alguns cuidados extras com a sua saúde. 

Se Hywnatã pudesse, ele cuidaria até da saúde de mais gente. Pelo menos, tentando acabar com o coronavírus. 

“Eu enfrentaria o vírus mandando ele de volta para onde ele veio. Ia pegar meu tacape e bater nele até ir embora e não voltar”, diz. 

Desenho

O CORREIO pediu que Hywnatã fizesse um desenho mostrando o que ele pensa e sabe sobre a pandemia. Ele desenhou a si mesmo protegendo sua aldeia da covid-19. 

Hywnatã desenhou a si mesmo protegendo a aldeia da covid-19
(Foto: Acervo pessoal)

O futuro

Hywnatã acredita que quando a pandemia acabar, todos vão ficar felizes e a terra onde ele mora será demarcada. 

A demarcação de terras é quando o governo indica exatamente que parte de um terreno pertence aos indígenas. Para eles, isso é muito importante para proteger as aldeias.

Ele também gravou um vídeo contando como acredita que será o futuro quando tudo passar. 

Assista: 

*No início do vídeo, Hywnatã fala algumas palavras no idioma patxohã. Ele diz: “Kaupetõ kortú mé’à Hywnatã Pataxó”, que significa “Meu nome é Hwynatã Pataxó”.

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“Para derrotar o vírus, acho que tem que jogar álcool para todo lado” https://especiais.correio24horas.com.br/geracaozinha-covid/joao-lucas-lessa-5-anos-2/ https://especiais.correio24horas.com.br/geracaozinha-covid/joao-lucas-lessa-5-anos-2/#respond Tue, 27 Oct 2020 04:00:00 +0000 https://especiais.correio24horas.com.br/geracaozinha-covid/?p=3579 João Lucas Maia tem 5 anos, mora em Salvador e está com saudades de ir à praia João Lucas Maia diz que já se acostumou a […]

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João Lucas Maia tem 5 anos, mora em Salvador e está com saudades de ir à praia

João Lucas Maia diz que já se acostumou a usar máscara e a sempre passar álcool gel nas mãos. Foi pensando nisso que ele decidiu como enfrentaria a covid-19. 

“Para derrotar o vírus, acho que tem que jogar álcool para todo lado”, diz ele, que tem 5 anos e mora em Salvador com os pais e a irmã de 9 anos. 

Ele estuda no Grupo 4 na Escola Natureza. Lá, o que João Lucas mais gostava de fazer era brincar com os colegas. Esse ano, nas aulas, ele estava aprendendo a escrever com a letra cursiva quando começou a pandemia. 

“Parei de ir pra escola, é claro. Estou estudando em casa. Todo mundo está. Minha irmã também está”, conta. 

De casa, além de assistir aulas pelo computador, João Lucas gosta de brincar no tablet e assistir a desenhos na televisão.  Ele gosta de muita coisa que passa no canal Cartoon Network, inclusive os Power Rangers.

Ele preferia sair do que ficar em casa, mas também já acha normal não passear tanto quanto antes. Como os pais de João Lucas trabalham durante o dia, muitas vezes ele precisa ficar na casa da avó. O pai dele trabalha em uma empresa e a mãe é assistente social em dois hospitais. 

Na casa da avó, João Lucas usa máscara o tempo inteiro. Ele não gosta de tirar, porque sabe dos riscos e não quer passar nada para avó.

“Eu sei que tem que usar para se proteger. Sei que as pessoas ficam doentes e não conheço ninguém que pegou. Mas tenho medo de alguém da minha família pegar”, explica. 

Desenho
O CORREIO pediu que João Lucas fizesse um desenho mostrando o que ele pensa e sabe sobre a pandemia. Ele desenhou duas mãozinhas com máscaras e diz que a mensagem que quer passar é que é importante se proteger e lavar as mãos contra o coronavírus. 

João quis mostrar a importância de lavar as mãos
(Foto: Acervo pessoal)

O futuro

João Lucas também gravou um vídeo contando como acha que vai ser o futuro quando a pandemia acabar. 

“Eu espero que o coronavírus acabe porque aí vão voltar as aulas, a gente também vai para praia”, diz. 

Assista: 

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“Eu fico com medo porque acho que se eu pegar o coronavírus, eu vou morrer. E eu não quero morrer” https://especiais.correio24horas.com.br/geracaozinha-covid/davilessa/ https://especiais.correio24horas.com.br/geracaozinha-covid/davilessa/#respond Tue, 27 Oct 2020 03:30:00 +0000 https://especiais.correio24horas.com.br/geracaozinha-covid/?p=3589 Davi Lessa tem 10 anos, mora em Santo Antônio de Jesus e precisa se cuidar ainda mais por estar no grupo de risco Na casa de […]

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Davi Lessa tem 10 anos, mora em Santo Antônio de Jesus e precisa se cuidar ainda mais por estar no grupo de risco

Na casa de Davi Lessa dos Santos, a preocupação com o coronavírus é três vezes maior. Isso porque além da possibilidade que qualquer pessoa tem de pegar a doença, tanto ele quanto a mãe fazem parte do grupo de risco. 

Davi aprendeu cedo o que significava isso. Desde pequeno, bem antes de existir a pandemia, ele sempre viu a mãe ser cuidadosa. Os médicos chamam de grupo de risco aquelas pessoas que têm mais chance de ter alguma doença. Além disso, se essas pessoas pegarem a covid-19, elas podem demorar mais a ficar boas do que as outras pessoas. Existem muitos tipos de grupos de risco e alguns são quando alguém já tem alguma doença. 

No caso de Davi, ele tem asma. Essa é uma doença que faz com que a pessoa tenha mais dificuldades para respirar.

“Por isso que quando chega um cliente de mainha aqui, a gente sai tudo de perto, mesmo usando máscara”, conta ele, que tem 10 anos e mora em Santo Antônio de Jesus. 

A mãe de Davi também é do grupo de risco para o coronavírus por ser hipertensa e diabética, mas ela trabalha vendendo encomendas de doces, bolos e salgados. Por causa disso, muitas vezes ela precisa ter contato com pessoas de fora de casa.  

Davi fica ainda mais preocupado por ter asma
(Foto: Acervo pessoal)

Desde o início da pandemia, Davi também passou muitos meses sem poder abraçar o pai.

“Meu pai trabalha de caminhoneiro e, quando ele chegava em casa, eu nem podia ficar perto dele. Eu sentia falta de abraçar, mas agora ele está viajando menos e eu já abraço de novo”, conta. 

Antes da pandemia, ele andava de bicicleta na rua, encontrava os amigos e um ia brincar na casa do outro. De vez em quando, viajava com a família para Salvador, Nazaré, Cabaceiras do Paraguaçu ou para a roça onde seu pai nasceu, lá mesmo, em Santo Antônio de Jesus.

Uma das coisas que Davi mais sente falta é de ir à escola. Além de encontrar os amigos, toda sexta-feira eles podiam levar brinquedos. Ele estuda no 4º ano do Centro Educacional Ideal e, agora, tem aulas online quatro vezes por semana. 

Na aula, a professora passa atividades e corrige os trabalhos dos alunos. Mas Davi acha que não é a melhor opção. “Prefiro a escola porque em casa é muito chato e não dá vontade de fazer nada. Na escola, a tia explica melhor”, afirma. 

Mesmo assim, foi na escola que Davi aprendeu muito do que sabe sobre o vírus. Ele teve que fazer um trabalho explicando como o coronavírus surgiu, como ele foi se espalhando pelo mundo e como se proteger. Assim, ele acabou aprendendo muita coisa, como a importância de lavar as mãos e usar máscara.

Mas em casa ele já sabe que, por causa da asma, só vai voltar para a escola presencial quando tiver a vacina. Mesmo que as aulas voltem, a mãe de Davi tem medo que ele fique doente. 

“Eu fico com medo porque acho que se eu pegar o coronavírus, eu vou morrer. E eu não quero morrer antes do coronavírus acabar. Como é que eu vou brincar depois?”, pergunta. 

Por isso que, se tivesse algum poder para enfrentar o coronavírus, ele não ia querer ter esse poder sozinho. Davi diz que ia tentar passar também para a família dele.

“Eu ia acabar com todos os coronavírus mais perto de casa, depois ia passando para os outros lugares”, diz.

Desenho 

O CORREIO pediu que Davi fizesse um desenho mostrando o que ele pensa e sabe sobre a pandemia. Ele desenhou um menino borrifando álcool gel bem no vírus da covid-19.

O futuro

Mas quem pensa que Davi vai relaxar quando tudo isso passar está muito enganado.

“Para mim, não vai ser a mesma coisa de antes, não. Mesmo tendo acabado o coronavírus, vou ficar andando de máscara ainda”, diz.

Davi também gravou um vídeo contando como acha que vai ser o futuro quando a pandemia acabar. 

Assista:


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“Eu faria uma Avada Kedavra na covid-19 e ela morreria” https://especiais.correio24horas.com.br/geracaozinha-covid/maria-cecilia-amaral/ https://especiais.correio24horas.com.br/geracaozinha-covid/maria-cecilia-amaral/#respond Tue, 27 Oct 2020 02:30:00 +0000 https://especiais.correio24horas.com.br/geracaozinha-covid/?p=3364 Maria Cecília Amaral tem 8 anos, mora em Livramento de Nossa Senhora e acredita que o coronavírus é tão ruim quanto Voldemort, o vilão da saga […]

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Maria Cecília Amaral tem 8 anos, mora em Livramento de Nossa Senhora e acredita que o coronavírus é tão ruim quanto Voldemort, o vilão da saga Harry Potter

A solução de Maria Cecília Amaral para acabar com a pandemia do coronavírus veio do mundo da magia. “Eu faria uma Avada Kedavra nela e ela morreria”, diz, com a sabedoria de quem só poderia ser da casa Corvinal. 

Maria Cecília é fã da saga Harry Potter, o bruxo criado pela escritora J. K. Rowling. Na história, Avada Kedavra é também chamada de Maldição da Morte, um dos piores feitiços que existem. Quem é alvo dessa maldição acaba morrendo instantaneamente. 

Com 8 anos de idade, ela se viciou nos filmes da série. E foi assim que descobriu que poderia ser aluna da Corvinal, uma das quatro casas da Escola de Magia e Bruxaria de Hogwarts. Lá, os jovens bruxos são escolhidos para alguma das casas por um chapéu seletor que analisa a personalidade de cada um. 

“Por isso que quando as coisas melhorassem da covid, eu queria ir diretamente para o computador comprar uma passagem para Londres, para ir para Hogwarts”, conta ela, que sonha um dia visitar um país onde a língua oficial seja o inglês. 

Mas enquanto ainda não pode viajar, Maria Cecília continua morando com os pais em Livramento de Nossa Senhora, no Centro-Sul da Bahia. Antes da pandemia, ela acordava cedo para ir à escola de manhã e, à tarde, a depender do dia fazia curso de inglês ou treinava muay-thai. 

Nos momentos livres, passeava na praça, saía para tomar um sorvete ou brincava com o cachorro Ben. “Mas quando começou a quarentena, passei a ter aula online. As aulas são horríveis. Minha escola tem um site próprio, então a gente tem a aula nesse site”, diz. 

Cecília sente falta da interação com os colegas na escola
(Foto: Lari Souza)

Ela está no 3º ano da Escola Probo COC, mas sente falta mesmo da classe presencial. E para repor algumas das aulas perdidas até a escola se adaptar ao ensino remoto, Maria Cecília começou a ter aulas à tarde duas vezes por semana, além das que já tem de manhã. 

“Eu fico sempre com vontade de sentar na cama. Sinto falta de tudo, de interagir com as pessoas. No meio da aula na escola, você pode falar ‘ei, me empresta a caneta?’. Mas na aula online não pode. A pessoa vai até sua casa?”, explica. 

Maria Cecília conhece duas pessoas que tiveram covid-19: uma colega e um tio. Mas os dois se curaram e estão bem hoje. Ela diz que tem medo de pegar o coronavírus e conta que conhece o que todo mundo fala da doença. 

“Sei que é tipo uma gripe, mas 1000% pior. Sei que mata as pessoas, mas é a única coisa que eu sei, porque sou meio desligada da tv. Sempre prefiro ver uma série na Netflix. Agora mesmo estou assistindo Fuller House. Você conhece Três é Demais?”, perguntou, à repórter. Ela estava falando de duas séries que são ligadas e contam a história de três irmãs que perderam a mãe e moram com o pai, o tio e dois amigos. 

Quando a pandemia passar, Maria Cecília quer viajar
(Foto: Lari Souza)

Desenho

O CORREIO pediu que Maria Cecília fizesse um desenho mostrando o que ela pensa e sabe sobre a pandemia. Ela desenhou o vírus e Voldemort, o grande vilão da história de Harry Potter. 

Ela desenhou o vírus e o vilão Voldemort, de Harry Potter
(Foto: Acervo pessoal)

“Voldemort é ruim e o covid também. Voldemort mata as pessoas e o covid também. Esse é o sentido do meu desenho e esse, por incrível que pareça, é Voldemort”, explica. 

O futuro

Maria Cecília acredita que o futuro depois da pandemia vai ser bem parecido com a vida antes do coronavírus. 

“Não vai ser mais normal ver uma fileira de pessoas vendendo máscara. E as pessoas vão embora de novo, por exemplo, minha tia vai voltar a morar em Salvador”, diz. 

Ela gravou um vídeo contando como acha que as coisas vão ficar. 

Assista:

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“Eu deixo o recado para vocês que o coronavírus vai passar” https://especiais.correio24horas.com.br/geracaozinha-covid/sophia-lustosa/ https://especiais.correio24horas.com.br/geracaozinha-covid/sophia-lustosa/#respond Tue, 27 Oct 2020 02:00:00 +0000 https://especiais.correio24horas.com.br/geracaozinha-covid/?p=3350 Sophia Lustosa tem 6 anos, mora em Feira de Santana e quer poder voltar a abraçar todo mundo Sophia Lustosa tem 6 anos e sabe que […]

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Sophia Lustosa tem 6 anos, mora em Feira de Santana e quer poder voltar a abraçar todo mundo

Sophia Lustosa tem 6 anos e sabe que não tem superpoderes. “Não tenho o poder de acabar com o coronavírus”, explica. Ainda assim, ela já consegue ver uma saída para a pandemia que está afetando todo mundo. “Eu deixo o recado para vocês que o coronavírus vai passar”, completa. 

Ela mora em Feira de Santana, a primeira cidade da Bahia a ter casos de covid-19. Lá, antes do vírus, Sophia fazia tudo que mais amava. Passeava no shopping, via o filme da Mônica, gravava vídeos e brincava com as amigas.

“Encontrar as amigas não tá dando agora, mas eu amo, amo, amo”, contou, em uma entrevista ao CORREIO por ligação de vídeo. 

Todos os dias acordava cedinho para ir à escola Asas. À tarde, quando chegava em casa, Sophia fazia o dever e tinha aulas de inglês. “Eu gosto de aprender inglês. Falo ‘hello’ (oi), falo ‘bye, bye’ (tchau)”, diz. 

De repente, as coisas mudaram. As aulas presenciais foram suspensas e o dia ficou “muito grande”, nas palavras dela. Foi difícil para Sophia. Ela não conseguia entender por qual motivo não estava indo à escola e até chorava.

Sophia entende agora o motivo para usar máscara quando sai de casa
(Foto: Acervo pessoal)

Para encher o dia que ficou grande demais, Sophia começou a aproveitar para desenhar e assistir um pouco de televisão. Quando a mãe chama, ajuda a enxugar os pratos e depois vai brincar na varanda. “De noite, eu faço uma rotina pequenininha. Tomo banho primeiro, escovo meu cabelo, escovo os dentes, visto meu pijaminha e boto a máscara de dormir”. Sophia usa um tapa-olhos por conta da claridade.

Mas logo ela descobriu o que estava acontecendo. Descobriu que o tal coronavírus pode causar uma gripe muito forte.

“A pessoa pode ficar bem dessa gripe, mas a pessoa também pode morrer”, explica. 

Por isso, se Sophia fosse dar um conselho aos adultos, seria justamente para cuidar da higiene, usar sempre álcool em gel e não deixar de colocar a máscara. “Ao sair, leva o ‘alquinho’, passa o álcool na mão e vá com cabelo preso. Depois, quando chegar em casa, lava o cabelo. Eu não saio muito, mas quando saio, faço isso, porque ninguém sabe se alguém está com coronavírus”, diz. 

O dia grande demais também tem um lado bom: agora, dá para ficar mais tempo reunida com a família, principalmente a mãe e a irmã. Só que ela ainda sente falta de encontrar os colegas da escola. Logo, espera conseguir ver de novo Bárbara, Maria, Alice e Enzo. 

“O ruim disso tudo é que a pessoa fica com medo. Mas eu não tenho medo, porque Deus proverá”, completa. 

Desenho

O CORREIO pediu que Sophia fizesse um desenho mostrando o que ela pensa e sabe sobre a pandemia. Ela decidiu desenhar em uma lousa branca que tem no quarto e fez diferentes cenários de como tem visto a covid-19.

“Fiz a minha escola Asas fechada, porque eu amo estudar e amo ver meus colegas. Fiz o mercado aberto para as pessoas poderem comprar comida. Fiz poucas pessoas porque tem ficar em distanciamento”, lista. 

Sophia fez o desenho em sua lousa, representando cenas da pandemia
(Foto: Acervo pessoal)

Há também um hospital que, como Sophia explicou, está aberto tanto para receber quem ficar doente por coronavírus ou por outra coisa. “E eu fiz o condomínio com os carros dentro de casa que não pode sair. Fiz uma mulher e um homem saindo para comprar comida e escrevi ‘xô, coronavírus, o amor venceu'”, completa. 

Como ela acredita que o amor vai vencer o coronavírus, em outra cena, desenhou pessoas no futuro jogando máscaras para cima e comemorando o fim da pandemia. 

O futuro

E, por falar em futuro… Sophia também gravou um vídeo contando como ela imagina o futuro e ainda quis fazer outro desenho para ajudar a representar como ela acha que vai ser o mundo quando a covid-19 passar. 

“Eu espero que as pessoas voltem a se abraçar, comemorar seus aniversários, chamar amigos e familiares. Espero que o mundo seja melhor”. 

Ela ainda mostrou um segundo desenho que decidiu fazer para representar o futuro. “Fiz esse desenho demonstrando o amor, a tranquilidade e a paz”, explica.

Sophia explica o segundo desenho no vídeo, em que fala sobre o futuro
(Foto: Acervo pessoal)

Assista:

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Ouvimos adultos, inclusive especialistas de diferentes áreas, para saber como eles veem os impactos da pandemia na infância. Aqui, eles também aparecem em suas fotos de criança

No início, houve quem dissesse que as crianças não percebiam a pandemia da covid-19. Alguns achavam que elas passariam por tudo isso sem entender a gravidade ou mesmo que estariam alheias a todas as mudanças que começaram a acontecer a sua volta. Mas não é por aí. 

Na verdade, as crianças não apenas têm uma boa percepção do que tem acontecido como têm sido profundamente afetadas por todo esse contexto. De repente, palavras como ‘quarentena’, ‘isolamento’ e ‘grupo de risco’ passaram a fazer parte do vocabulário de quem mal tinha começado a construir o próprio repertório. 

Mas uma coisa é certa: essa será uma geração diferente, ainda que não se saiba, ao certo, em quais e quantos aspectos. É por isso que pesquisadores de diferentes áreas ouvidos pelo CORREIO já reforçam, desde já, a necessidade de estudos futuros para acompanhar o crescimento dessas crianças. 

“Eu não tenho dúvidas de que a pandemia deixa marcas desde em um bebê recém-nascido até em uma criança de 11 anos. Nenhuma criança e nenhum adulto, nenhum de nós vai sair ileso de tudo isso”, diz a psicóloga Ana Clara Bastos, doutora em Psicologia, especialista em desenvolvimento infantil e professora da Universidade Católica do Salvador (Ucsal). 

Apesar disso, nem todos vão viver a pandemia da mesma forma. Há crianças estudando em casa, mas há aquelas que não tiveram nem sequer uma aula online. Outras vivem apenas com a mãe ou com o pai, enquanto algumas têm uma rede de apoio familiar. Há crianças indígenas, crianças com deficiência e outras tantas realidades diferentes. 

“São situações muito peculiares. Você tem violência doméstica em qualquer classe social, por exemplo. Tem o impacto financeiro que a criança sente também. Muitas famílias faliram, algumas perderam emprego. Como esses pais estão fazendo para dar conta em casa? Tem pais que estão preocupados se o filho vai perder de ano, mas eu sinceramente me preocupo mais com a saúde mental. A parte de alfabetização, depois a criança recupera com facilidade”, diz a psicóloga. 

Para entender o futuro, muitas vezes, é preciso olhar o passado. Em outras épocas, já houve situações que deixaram marcas na humanidade. Assim como a gripe espanhola influenciou toda uma geração, no começo do século 20, a covid-19 deve marcar as crianças de agora, na opinião da antropóloga Flavia Ferreira Pires, professora da Universidade Federal da Paraíba (UFPB) e líder do grupo de pesquisa Criança: Cultura e Sociedade (Crias). 

“É uma quantidade de mortes e um medo que paira no ar sem precedentes de algo assim. Acho que quando nossas crianças de hoje forem adultas, vão contar que tinham 11, 10 ou 5 anos e que a mãe teve coronavírus, que o avô morreu, que a avó ficou internada, que teve medo de morrer, que não podia ir à escola ou ao cinema, que tinha que andar de máscara”, explica a professora Flávia Ferreira. 


Em casa

Foi por isso que a mãe da pequena Ereli Teixeira, a professora Ana Claudia Texeira, 49 anos, entendeu logo que não podia camuflar a realidade em casa. Ereli tem 8 anos e mora com a família em Feira de Santana. Era preciso abrir o jogo. Assim, desde o começo, Ana Cláudia tentava ter conversas sobre como a covid-19 causava danos à saúde, mas sempre buscando uma forma que a filha compreendesse dentro da idade que tem. Ela conta que explicou sobre a importância de estudar para encontrar vacinas e medicamentos e também que todas as pessoas são mortais. 

“Essa clareza também é importante para que a gente não fique maquiando. Nós já temos uma rotina muito caseira aqui, mas a coisa que modificou bastante foi a interação com as outras pessoas, essa troca presencial. Todos nós sentimos bastante”, conta. 

Ela viu que era preciso ter sensibilidade para perceber como as mudanças vinham afetando a filha. Logo, Ana Cláudia viu que o momento de fazer atividades escolares se tornou algo mais incômodo ou uma hora mais delicada do dia. 

“A rotina fica mais monótona. Ela não fala, mas a gente percebe a falta que faz a mediação pedagógica da professora. Eu sou professora, mas em casa eu sou mãe”. 

Aos poucos, ela acredita que a família tem conseguido atravessar o turbilhão da quarentena. Agora, é o momento de se reinventar. “A gente prepara nossos filhos para aprender que nada está posto. Nossas certezas são baseadas em nossos projetos, mas eles podem ser modificados e não temos controle sobre isso”, afirma Ana Cláudia. 

As mães de Cecília Vitória e Ereli foram algumas das que conversaram com as filhas para que elas entendessem o que estava acontecendo
(Fotos: Acervo pessoal)

Já a autônoma Daniela Cerqueira, 32, mãe de Cecília Vitória, viu a pandemia prejudicar a qualidade de vida da menina. Aos 9 anos, Cecília convive com deficiências por ter sido prematura extrema. Por isso, a rotina de atividades como fisioterapia, hidroterapia e a própria escola eram intensas. 

“Foi complicado para todo mundo, mas ela estava muito ansiosa. Ficava perguntando quando ia voltar para a escola, quando ia voltar para os atendimentos. E é uma coisa que a gente não tem resposta. É incerto”, explica. 

A covid-19 ainda veio com novas mudanças para elas duas. Logo no início, elas saíram de Simões Filho, na Região Metropolitana de Salvador, onde moravam, para ficar com a família de Daniela em Feira de Santana. 

“A gente mudou por conta da pandemia. Fomos para uma área de chácara e agora estamos tentando voltar. Estou procurando uma casa ainda para alugar, para ficarmos só nós duas”, conta. 

Identidades

Se para muitos adultos, o distanciamento social já é difícil, para as crianças pode ser ainda mais desafiador. Os efeitos do isolamento afetam a construção da identidade dos pequenos e a própria socialização, como destaca o sociólogo Antônio Mateus Soares, doutor em Ciências Sociais e professor da Universidade Federal do Recôncavo da Bahia (UFRB). 

“A criança está numa fase que o contato com outras crianças possibilita a formação social através de brincadeiras, de práticas esportivas, lúdicas. A pandemia fragilizou esses laços”, pontua o professor Antônio Mateus Soares. 

Mas o problema é que não para aí. A vida juvenil e adulta dessas crianças pode ter reflexos desse contexto atual. Para o professor Antônio Mateus, isso acontece porque a pandemia tem sido traumática para todos. 

“A vida das crianças foi tomada de assalto. Elas estão em um momento em que o dinamismo das relações e do brincar, a própria relação com outras crianças faz parte do amadurecimento. No momento em que isso é suspenso, tem uma geração de traumas sociais”, explica. 

É difícil afirmar que essas crianças vão formar uma geração de adultos com uma ou outra característica específica. Mas é possível imaginar que pelo menos quem teve algum contato mais direto ou próximo com a covid-19 pode ter que encarar outras batalhas no futuro. 

“Aqueles que tiveram a doença em casa, entre amigos e familiares, aqueles que vivenciaram a morte e o cortejo de agonias, horrores e lutos certamente levarão na memória, na pele e talvez nas condições de existência marcas indeléveis. Talvez carreguem por um logo período sintomas psíquicos severos”, diz o filósofo Ricardo Henrique Andrade, doutor em Filosofia da Educação e professor da UFRB. 

Por outro lado, é possível que as crianças de hoje sejam as responsáveis por fixar os novos hábitos trazidos pela pandemia. Ou seja, é bem provável que elas continuem com esses novos costumes como lavar as mãos de forma mais frequente ou de sempre carregar um potinho de álcool em gel. 

Ao longo das entrevistas com as crianças que fazem parte deste especial, algumas já foram categóricas em afirmar que pretendem continuar até usando máscara mesmo depois que a pandemia acabar. Mais do que os adultos atuais, são elas quem podem transmitir esses comportamentos adiante. 

Para o filósofo, as crianças provavelmente terão mais facilidade em se adaptar aos novos limites e às novas condições de vida, mesmo que instituições como as famílias e as escolas ainda estejam enfrentando percalços para sobreviver a esse novo momento.

“As escolas estão engessadas pela indefinição do Estado e as famílias também carecem de apoio, estrutura e orientação adequada para que tenham um papel construtivo na educação sob essas novas condições. Mais uma vez, as diferenças econômicas ampliam o prejuízo para as populações mais vulneráveis”, completa o professor Ricardo Henrique, da UFRB.

Saúde

Além de problemas sociais, a pandemia trouxe outros desdobramentos para a saúde das crianças. Nos últimos meses, a pediatra Aline Galy logo começou a perceber as diferenças com as crianças que chegavam para ser atendidas. 

Uma das consequências é a desnutrição, que, em muitos casos, está ligada aos impactos econômicos. A renda de muitas famílias caiu, enquanto os preços dos alimentos têm subido. Em outubro, o IBGE divulgou os dados mensais da inflação na Região Metropolitana de Salvador (RMS) e os alimentos tiveram a maior alta. Em comparação a setembro, houve um crescimento médio de 1,8% nos preços de comidas e bebidas.

Embora o recorte seja apenas das cidades que fazem parte da RMS, o levantamento ajuda a entender a situação no estado de forma geral. Só para dar uma ideia, o arroz teve um aumento de quase 15% de um mês para o outro. De setembro para outubro, as carnes também ficaram 6,28% mais caras, enquanto os preços do óleo de soja e do tomate cresceram 15,82% no mesmo período. 

“Isso vai refletir sem sombra de dúvidas e pode gerar uma anemia, um déficit cognitivo”, explica Aline, que é professora do curso de Medicina da UniFTC e pediatra da clínica-escola da instituição. 

Com as crianças passando muito tempo dentro de casa, a médica viu que eram cada vez mais frequentes, nas consultas, casos de alta exposição a telas e um gasto calórico menor. Ou seja: sem ter como brincar de uma forma que exercite o corpo, elas acabavam gastando horas no computador, no tablet ou no celular.

“Isso acaba levando ao ganho de peso. Hoje mesmo estava na clínica e atendi uma criança de 11 anos que ganhou 10 quilos por conta do isolamento. É muito para uma criança. Então, temos um cenário de desnutrição, obesidade, anemia”, exemplifica. 

Além disso, algumas chegavam para atendimento com o que parecia ser uma crise respiratória ou de asma. Até que, ao fim do exame clínico, a conclusão era de que não havia nada de anormal. Na maior parte das vezes, era uma crise de ansiedade. 

Isso sem contar aquelas que têm chegado aos médicos já em estado grave por outras doenças. Muitos pais estavam com medo de ir a uma emergência devido à pandemia. Acabavam evitando hospitais ou consultórios médicos. Só que, no final, quadros que poderiam ser resolvidos com a prescrição de algum remédio acabavam evoluindo para situações com necessidade de internação. 

“De fato, essa vai ser uma geração diferente porque a gente não sabe o que a pandemia vai provocar para elas. Nesse momento, em outubro de 2020, o que vejo é obesidade, sobrepeso, desnutrição”, avalia a pediatra Aline Galy, da UniFTC.

Só que, se essas condições forem mantidas, é possível que essas crianças se tornem adultos com hipertensão arterial sistêmica, diabetes, síndrome metabólica, aumento dos níveis de colesterol e até danos cognitivos considerados irreversíveis.

Bebês mais perto

Quando pensamos na relação das crianças com a pandemia, é quase natural que venham à mente primeiro os impactos negativos. Ainda que eles sejam os mais dramáticos e mais fáceis de imaginar, porém, não são os únicos. 

De acordo com a pediatra Aline Galy, esse momento também acabou aproximando mães que tiveram bebês nesse período de seus filhos. Muitas têm tido a oportunidade de ficar mais tempo com as crianças, seja porque são grupo de risco, seja porque estão trabalhando de casa. 

“É um ganho muito grande, porque algumas mães puderam ficar mais tempo com seu bebê em aleitamento materno exclusivo. Isso traz um vínculo maior para a família”, analisa. 

O caso dos bebês é bem particular porque eles estão no momento que os especialistas consideram que é a fase da descoberta do mundo. É quando começa a acontecer o desenvolvimento da linguagem, físico e motor.

Daí a importância de estar em contato com a natureza ou ao ar livre, como explica a pedagoga Marlene Oliveira dos Santos, doutora em Educação e professora da Faculdade de Educação da Universidade Federal da Bahia (Ufba). 

Só que ao contrário das crianças maiores, que conseguem expressar algum incômodo verbalmente, os bebês privados disso provavelmente vão demonstrar com choro, irritação ou alterações no sono. 

“Claro que o bebê não vai saber o que é a pandemia, mas vai se sentir trancado em casa só com o pai e a mãe, sem a convivência com outras crianças. Talvez seja mais fácil, para a sociedade, identificar esses impactos pela oralidade. Mas não quer dizer que só as crianças maiores sejam impactadas”, diz a professora Marlene, da Ufba. 

As ausências

No geral, há muitas faltas. A de interagir, de brincar, da escola. Contudo, algumas crianças podem ter vivido a pandemia com ainda mais ausências, como reforça a professora Marlene. 

“É fato que as crianças negras, as crianças pobres economicamente, as moradoras das grandes periferias e as que têm algum tipo de deficiência têm sofrido muito mais. Elas acabam ficando muito mais expostas à violência simbólica”, diz a professora, que é líder do grupo de pesquisa em Educação Infantil, Crianças e Infâncias (Gepeici).

Mesmo assim, direitos básicos, como o direito à educação, não podem deixar de ser garantidos. Cuidar da saúde delas – seja física ou psíquica – também é uma obrigação. Por isso, escutar as crianças talvez nunca tenha sido tão necessário. Essa escuta deve ser sensível o suficiente para entender que, às vezes, esse diálogo pode acontecer de outras formas além das palavras.

“Historicamente, as crianças eram consideradas como aquelas que não tinham voz. Mas elas sempre tiveram voz, sempre falaram, ainda que em alguns momentos essa voz não tenha sido escutada. A gente precisa agora, cada vez mais, escutar as crianças, os professores e as famílias para compreender o que cada um viveu”, afirma. 

De fato, é preciso olhar para as famílias, de forma geral. Entre a parcela da população que quer que as aulas presenciais voltem imediatamente, há desde aqueles pais que já voltaram ao trabalho fora de casa e têm se desdobrado para cuidar dos filhos até aqueles que têm um trabalho emocional maior – a chamada carga mental – por lidar com crianças confinadas 24 horas por dia em casa, além dos afazeres domésticos e outros tipos de trabalho. 

Isso tudo aconteceu porque famílias que antes se viam poucas horas por dia passaram a conviver ininterruptamente, sem ajuda externa ou uma rede de apoio, como lembra a antropóloga Flavia Ferreira Pires, pesquisadora da UFPB. “A família está um caos. Coitada da família”, diz. 

Hoje, há relatos de mães e pais que perderam empregos e tiveram quadros de depressão agravada, além de famílias que enfrentam problemas financeiros.

“A situação das famílias é realmente muito preocupante. Ter crianças confinadas no apartamento é caminho para o adoecimento mental, tanto delas quanto do adulto”, explica Flavia. 

Nesse contexto, as mães podem acabar sofrendo mais. Em famílias chefiadas por mulheres, a carga de trabalho pode ser ainda mais exaustiva. Se há sinais de adoecimento – especialmente da saúde mental -, seja na criança ou no adulto, porém, o melhor caminho é buscar ajuda profissional, segundo a psicóloga Ana Clara Bastos. 

Isso vale também para a forma como a covid-19 deve ser abordada. É fácil fazer com que uma criança fique extremamente assustada com tudo que tem acontecido. Ao mesmo tempo, a criança precisa conhecer para saber como se cuidar. 

Para Ana Clara, é impossível evitar totalmente os impactos. “O que a gente pode fazer é minimizar. E, para isso, tem estratégias de aproximação, de estar junto, disponível  e dar espaço para o diálogo para que a criança diga que está com medo, que está sofrendo, que está com saudade. Temos que ver o que é possível fazer para flexibilizar o distanciamento e o impacto”, completa. 

E, para isso, as famílias podem se unir. Crianças e adultos podem se ajudar mutuamente. Elas podem, inclusive, inspirá-los. Ajudar a enxergar esse momento de outra forma. Os adultos podem, sim, tirar lições de aprendizado de tudo isso, segundo a antropóloga Flávia Ferreira Pires.

“Espero que a lição seja a necessidade que a gente tem de rever o nosso modo de viver, de estar no mundo, de lidar com o meio ambiente. O vírus é um reflexo da nossa sociedade que está doente. O que a gente faz afeta todas as espécies”, enfatiza.

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Luciano Almeida tem 8 anos, mora em Salvador e sente falta da praia

“Se não fosse essa pandemia, eu estaria aqui agora brincando com meus primos na rua. Estaria de bicicleta, essas coisas. Minha vida antes era muito boa, eu também ia para a praia passear”. Quem conta tudo isso é Luciano Almeida, que tem 8 anos e sente muita falta de fazer todas essas coisas. 

Ele mora com os pais e quatro irmãos em São Tomé de Paripe, em Salvador, e a praia sempre fez parte de sua vida. Além do mar perto de casa, muitas vezes Luciano acompanhava o pai na praia da Barra. O pai dele trabalha como ambulante e, enquanto isso, Luciano conseguia dar um mergulho. 

Mas há pouco mais de um mês ele foi para Santo Antônio de Jesus passar um tempo com o resto da família. Luciano está no 1º ano na Escola Isabele Araújo, mas também não está tendo aulas presenciais. 

Luciano costumava ir à praia com a família
(Foto: Acervo pessoal)

Mesmo assim, a professora mandava o dever de casa para ele fazer sempre.

“Mas comecei a fazer banca agora para não ficar parado. A banca é muito boa, eu ia sempre de máscara. Eram só umas seis pessoas, mas sem aglomeração. Cada um ficava lá fazendo o seu”, explica. 

Luciano diz que não sabe muito sobre a covid-19. Só que ele conhece todos os jeitos de se proteger, como usar máscara e lavar sempre as mãos. 

Para não ficar parado em casa, ele começou a fazer banca na pandemia
(Foto: Acervo pessoal)

“Tem uma tia minha que pegou coronavírus e está em casa sem sair. Acho que ela ficou querendo vomitar, sentindo dor de barriga. Estava em casa isolada, mas não precisou ficar internada”, conta ele. 

Ele sente falta de andar por aí sem máscara, mas tem mais medo mesmo de pegar coronavírus ou mais alguém de sua família também ter a doença. 

Desenho 

O CORREIO pediu que Luciano fizesse um desenho mostrando o que ele pensa e sabe sobre a pandemia. Ele desenhou um coronavírus em um campo aberto para mostrar que o vírus ganhou espaço no mundo.

O futuro

Luciano acha que logo tudo vai voltar ao jeito que era antes da covid-19.

“A gente vai voltar com a mesma rotina de antes, brincando de bicicleta aqui na rua, brincando com os nossos amigos”, diz.

Ele também gravou um vídeo contando como acha que vai ser o futuro quando a pandemia acabar. 

Assista:

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