Conheça acessórios exclusivos criados para o AFD 2017

Terra, fogo, ar e água, os elementos da natureza, tema da terceira edição do Afro Fashion Day (AFD), projeto idealizado pelo CORREIO, para celebrar o Mês da Consciência Negra, inspiraram acessórios feitos exclusivamente para o evento por 10 das marcas convidadas. As marcas Boutique Negralá, By Aninha, Cândida Specht, Cabeça Feita Turbantes, Kelba Varjão Deluxe, Sou Diva – Tá bom pra Você, Outerelas, Preta Brasil, La Abuela, Turbanques, Sonbrille e Negafulô, aceitaram o desafio e apresentaram peças originais para serem exibidas no evento que será realizado no Porto Salvador, no Comércio, no dia 18 de novembro, das 9h às 20h. Fagner Bispo, produtor de moda do Afro, avalia que as marcas poderiam trabalhar todo o tema para variar as composições: “Não queríamos limitar a criatividade das pessoas. Demos liberdade para a inovação”.

Maxicolar produzido pela marca Kelba Deluxe. A proposta é autoral e exclusiva (Fotos: Angeluci Figueiredo)

Para Kelba Varjão, estilista e designer de bijuterias da Kelba Deluxe, que existe há 13 anos, sua inspiração para elaborar os maxicolares foi a própria essência da marca, de “vestir a mulher de luxo no dia a dia, desde o amanhecer até o final da noite” e não apenas na passarela. “Usei guipir, bordados e rebordados com cristais e chateaux (. Para representar o fogo, degradês de vermelho para o amarelo e do laranja para o dourado. Para o ar, trabalhei o transparente e o translúcido. Para a água, turquesa e acqua – cor esverdeada. E, por fim, para o elemento terra, tive o Nordeste como referência. Usei uma cor marrom pálida, que remete à seca”, diz.

A arquiteta de formação contou ainda que adora desafios e o Afro Fashion Day, evento do qual participa desde a primeira edição, é motivador: “É sempre muito bacana. É um prazer para mim fazer um trabalho como esse, nessa temática, sobre uma cultura linda”. Na mesma linha de empoderar mulheres – e também homens, a Turbanques escolheu um tecido que remete a força, mas, neste caso, das religiões de matrizes africanas. A “caça”, tecido muito utilizado nas vestes de pessoas que frequentam casas de axé, foi escolhida pela sua representatividade, de conexão com o sagrado e a natureza. “Escolhemos as tonalidades verde (terra), azul claro (água), vermelho (fogo) e cobre (ar). A caça nos transporta para os elementos, para a simbologia da tradição africana por meio da religiosidade”, conta Ronilda Gomes, responsável pela marca que existe há 3 anos, ao lado da sócia Bárbara Rocha, e que já estão no segundo ano de AFD.

Outerelas:  três mulheres da mesma família, apaixonadas por acessórios, são as responsáveis pela fabricação da marca

Ela compartilhou também que participar do evento é uma “grande responsabilidade”, não apenas pela visibilidade na mídia e na passarela, mas pelo objetivo do projeto: “falamos sobre a população negra, as cores da nossa terra. E esse trabalho agora tem muita conexão com o que propomos. A mistura desses elementos compõe tudo que nos cerca, pois nos permite um olhar mais abrangente e a vivência de experiências mais harmoniosas com o universo”.

Paula Outerelo, da Outerelas, também utiliza da sua fé para as criações. “Iemanjá me inspira muito, de uma forma muito natural. Por isso, consequentemente, utilizei muitas referências do mar, da água salgada, na maior parte das peças que pensamos para o Afro”, contou a designer que, ao lado da mãe e da irmã, criou a marca de acessórios. “Trouxemos madrepérolas e búzios em tamanhos grandes, mas com composição sofisticada. Usei uma big estrela do mar em cordas, que remete as cordas náuticas. Ressignificamos alguns patuás com cordas grossas e pingentões”, disse, empolgada.

Brincos da Sou Diva – Tá Bom Pra Você em tons verdes e marrons em referência ao elemento terra  

Em referência ao fogo, Paula fez referência a Iansã, orixá conhecida como rainha dos raios, na produção de um balangandã em cobre e na gargantilha em tons de vermelho e rosa escuro: “Fizemos peças relacionadas a africanidade, mas saindo do clichê. Coisas não restritas, que servem para qualquer ambiente. Não há um local específico para usar”.  A Outerelas existe há quatro anos e, desde 2015, integra o AFD. “Em todas edições tive preocupação de criar peças exclusivas. Fizemos agora uma geométrica, por conta do triângulo, símbolo do evento e que também representa os quatro elementos”, finalizou a baiana, que se sente honrada por estar em uma “das passarelas mais negras do mundo”.

Colar criado pela designer industrial Luana Bonfim, da marca Preta Brasil 

Serviço
O Afro Fashion Day, em 2017, acontecerá das 9h às 20h, no sábado, 18 de novembro, no Porto Salvador (Avenida da França, 393, Comércio). O desfile está agendado para 19h, mas a programação conta ainda com exposição, loja colaborativa, bate-papos e manifestações culturais. O Afro Fashion Day é realizado pelo CORREIO, com apoio institucional da Prefeitura Municipal de Salvador e patrocínio da Avon.

Midiã Noelle
*colaborou para o Correio