João, o noviço que mora no convento de Irmã Dulce e só vê o WhatsApp uma vez por semana

Fotos: veja imagens da dedicação de Dulce à vida religiosa
outubro 9, 2019
Fotos: confira cliques de Irmã Dulce com a família
outubro 10, 2019

.
.

Por Jorge Gauthier (jorge.souza@redebahia.com.br)

João Marcos tem 20 anos e só usa celular por uma hora mas somente aos domingos. Nascido na cidade de São Cristóvão, a primeira capital do estado de Sergipe, João despertou sua vocação para a vida religiosa inspirada nos passos de São Francisco de Assis. Hoje, João é frei noviço da ordem dos Carmelitas e vive no mesmo convento onde 86 anos atrás outra noviça, Irmã Dulce, deu seus primeiros passos na vida religiosa.

“É uma inspiração muito grande fazer parte do meu noviciato no mesmo lugar de uma santa. Irmã Dulce tem uma visão religiosa de devoção e amor ao próximo que é inspiradora”, conta o frei que, mesmo com a pouca idade, mira no exemplo de santidade de Dulce para seguir seus passos na fé.

O frei segue regras rígidas dentro do convento – da mesma forma que Dulce era obrigada, com horários para acordar, dormir e até mesmo dias certos para visitar sua família (mesmo morando na mesma cidade deles).

“Nós somos humanos e sempre faltam vivências de fé para nos inspirarmos. Mas de tempos em tempos, há exemplos como o de Irmã Dulce para renovar a nossa fé e restaurar um modelo de santidade. Irmã Dulce não foi compreendida por muitas pessoas na sua época. Ela acabava tirando as coisas do convento para ajudar quem mais precisava. Ela subvertia as ordens impostas em prol de fazer o bem”, sintetiza o noviço que diariamente atravessa o claustro onde Dulce foi noviça para fazer suas tarefas no convento.

(Foto: Yuri Rosat/CORREIO)

Além dele, hoje, 15 pessoas vivem no convento na cidade, onde Dulce disse ter visto o mais belo pôr do sol da sua vida. Foi ao descer a Rua José Prado, ao lado da prefeitura,  quando havia chegado à cidade pela estação férrea em 1933, um ano antes de regressar para Salvador e construir seu império de caridade e servidão.

O projeto Pelos Olhos de Dulce tem o oferecimento do jornal CORREIO e patrocínio do Hapvida