Ana Lúcia: ‘Ela nos salvou daquele momento de perigo’, diz advogada caçadora de milagres

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Por Jorge Gauthier (jorge.souza@redebahia.com.br)

Após um acidente doméstico com seu filho, a advogada cearense radicada em Sergipe Ana Lúcia Dantas Souza Aguiar pensou que não conseguiria sobreviver. Desesperada, deitada em sua cama com a criança no colo, viu, de costas, a imagem da freira andando em sua casa com seu hábito azul. “Ela foi o anjo que Deus me enviou para nos salvar daquele momento de perigo”, conta Ana, que prefere não divulgar publicamente o tipo do acidente. O fato aconteceu no final dos anos 1980 e desde então Ana sempre quis visitar as Obras Sociais Irmã Dulce (Osid) para agradecer a freira pelo salvamento. Não conseguiu com a freira viva.

“No dia que ela morreu, eu tinha acabado de chegar do trabalho e vi na televisão a notícia de que o Anjo Bom da Bahia tinha morrido. Naquele momento, vi um clarão dentro de casa e escutei a voz dizendo que era chegado o momento de conhecer o meu anjo. Comecei a chorar muito emocionada e saí de Aracaju para Salvador para tentar participar do enterro dela. Cheguei em Salvador por volta do meio-dia no dia do enterro e tinha uma multidão de gente da Conceição da Praia até o Bonfim.  Nesse momento, um policial falou que era para eu atravessar a multidão e ir até a porta da igreja que outro policial iria me deixar entrar. Consegui. Entrei, cheguei no caixão dela, me ajoelhei, peguei nas mãos dela e disse que a partir daquele momento estava ali uma discípula para poder testemunhar a santidade dela”, contou Ana, que desde então se engajou nos trabalhos socias das obras e é a embaixadora das Osid em Sergipe.

Velório de Irmã Dulce, em 1992 (Foto: Claudionor Junior/Arquivo CORREIO)

Ana de Irmã Dulce, como é conhecida por onde passa – sempre com um broche ou camisa da freira – levou a sério sua missão. Graças ao seu empenho, a história da cura de Cláudia do Santos chegou ao Vaticano e se transformou no primeiro milagre realizado por Dulce. “Eu levava muitos santinhos para o padre Almí [o padre que rezou por Cláudia durante sua hemorragia]. Quando ele soube que ela estava doente, levou um desses santinhos para as orações. Cláudia se curou e eu, como advogada, ainda tive a honra de escrever parte do processo que foi levado para a avaliação do Vaticano. Fui buscar o estudo, fui à maternidade, pesquisei. Eu sabia que ela já era santa”, conta a advogada, que tem imagens de Dulce espalhadas por todos os cantos do seu escritório Aguiar Beltrão, em Aracaju, além da sua casa.

A advogada denomina Dulce como seu anjo de guarda. “Ela é meu anjo de luz que protege a mim e a minha filha. Eu, se pudesse olhar nos olhos dela hoje, diria que ela é um anjo de luz e um exemplo que as pessoas precisam seguir. Ela tinha todas as grandes virtudes de um ser humano de cuidar e amar sem interesse”, emociona-se Ana, que revela que diariamente conversa com a freira em suas orações.

O projeto Pelos Olhos de Dulce tem o oferecimento do jornal CORREIO e patrocínio do Hapvida