Entenda quais foram os passos de Irmã Dulce até a santidade

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Por Jorge Gauthier (jorge.souza@redebahia.com.br)

Foram 10.075 dias da morte de Irmã Dulce até este domingo (13), quando a freira baiana se tornou Santa Dulce dos Pobres. Foi o terceiro mais rápido processo de canonização da Igreja Católica perdendo apenas para o de João Paulo II e Madre Tereza de Calcultá. O processo de canonização custou quase 20 mil euros. Desses, a Osid investiu 10 mil euros. O restante do valor foi de doações.

Cronologia da canonização

  • 12 de junho de 1999

    A Arquidiocese de Salvador publicou edital onde o então cardeal arcebispo de Salvador e primaz do Brasil, Dom Geraldo Majella Agnelo (foto), solicita a todos os fiéis comuniquem todas as notícias aos quais se possam colher elementos favoráveis ou contrários à fama de santidade de Irmã Dulce.
  • 13 de agosto 1999

    O frei italiano Paolo Lombardo foi convidado a ser o postulador da Causa.
  • 14 de agosto de 1999

    A Congregação para a Causa dos Santos, do Vaticano, publicou edital concedendo o "Nihil Obstat", documento onde a Santa Sé decreta não existir impedimento para a abertura da Causa.
  • 28 de setembro de 1999

    Foi realizada a 1ª reunião da Comissão Pró-Beatificação para tratar da arrecadação de fundos para o processo.
  • 17 de janeiro de 2000

    Foi realizada a abertura do Processo Canônico sobre a vida, virtudes e fama de santidade de Irmã Dulce, realizada na Catedral Basílica de Salvador, quando foi instalado o Tribunal Eclesiástico, presidido pelo cardeal arcebispo de Salvador e primaz do Brasil, Dom Geraldo Majella Agnelo, que constituiu a comissão histórica, responsável pela busca e preparação de todos os documentos que se referem à pessoa, às virtudes e as obras da Serva de Deus.
  • 26 de maio de 2000

    Os restos mortais de Irmã Dulce foram transladados da Igreja da Conceição da Praia, onde foi sepultada, para a Capela do Convento Santo Antônio.
  • Setembro de 2000

    Foi apresentado o estudo preliminar de arquitetura do Santuário de Irmã Dulce, a Igreja da Imaculada Conceição da Mãe de Deus. A construção da Igreja atende a uma recomendação do Vaticano, no sentido de que os candidatos a beato e a santo tenham um espaço de devoção, sendo a garantia de permanência e sobrevivência da espiritualidade e da manutenção do carisma de Irmã Dulce.
  • 22 de fevereiro de 2001

    O Tribunal Eclesiástico recebeu o relato de um milagre alcançado por intercessão de Irmã Dulce. O caso foi avaliado pela equipe médica do Hospital Santo Antônio e passou a ser estudado com os rigores exigidos.
  • 8 de maio de 2001

    O governo do Estado da Bahia sancionou lei cedendo o prédio do Círculo Operário da Bahia às Obras Sociais Irmã Dulce para abrigar, em parte da edificação, a Igreja da Imaculada Conceição da Mãe de Deus.
  • 18 de maio de 2001

    A Comissão Histórica entregou ao Tribunal Eclesiástico o resultado das pesquisas realizadas.
  • 1 de junho de 2001

    Foi concluído o Processo Canônico Diocesano para a canonização da Serva de Deus, Dulce Lopes Pontes, quando houve uma cerimônia de encerramento na Catedral Basílica de Salvador, presidida pelo cardeal arcebispo de Salvador e primaz do Brasil, Dom Geraldo Majella Agnelo.
  • 2 de junho de 2001

    Ocorreu a entrega dos trabalhos do Tribunal Eclesiástico na Congregação para a Causa dos Santos.
  • 7 de novembro de 2001

    A Congregação para a Causa dos Santos reconheceu a validade jurídica da documentação apresentada e deu início à fase Romana da Causa.
  • 13 de março de 2002

    Na passagem dos 10 anos da morte da Serva de Deus foi lançada a Campanha do Tijolinho, visando a arrecadação de fundos para a construção da Igreja da Imaculada Conceição da Mãe de Deus.
  • Junho de 2002

    A Positio ficou pronta. Trata-se de um documento canônico, misto de relato biográfico e das virtudes e resumo dos testemunhos do processo que atestam as ações virtuosas de Irmã Dulce.
  • 15 de janeiro de 2003

    O Tribunal Eclesiástico foi instalado para o estudo do caso do possível milagre atribuído a Irmã Dulce.
  • Maio de 2003

    O então governador de São Paulo, José Serra, entrega ao representante do Papa Bento XVI, em visita ao Brasil para a Canonização de Frei Galvão, em São Paulo, carta solicitando a Beatificação de Irmã Dulce.
  • Junho de 2003

    O Vaticano reconheceu juridicamente a validade de um possível milagre ocorrido por intercessão de Irmã Dulce.
  • Outubro de 2003

    A Congregação para Causa dos Santos do Vaticano recebeu a Positio da Serva de Deus.
  • Dezembro de 2003

    Monsenhor Saraiva Martins, prefeito da Congregação para a Causa dos Santos, visitou as Obras Sociais Irmã Dulce.
  • 20 de janeiro de 2009

    A Congregação para a Causa dos Santos anunciou voto favorável e unânime, de seu colégio de cardeais, bispos e teólogos, das virtudes heroicas da Serva de Deus Dulce Lopes Pontes. Os votos foram transmitidos ao Papa Bento XVI que concedeu a Irmã Dulce o título de Venerável. O título é o reconhecimento de que Irmã Dulce viveu em grau heroico as virtudes cristãs da fé, esperança e caridade e permitiu que a causa de Beatificação cumpra sua última etapa: a confirmação do milagre que deve passar pela última análise até o final de 2009.
  • 3 de abril de 2009

    O Papa Bento XVI reconheceu as virtudes heróicas da Serva de Deus Dulce Lopes Pontes, autorizando oficialmente a concessão do título de Venerável à freira baiana. O reconhecimento foi comunicado pelo próprio Papa ao prefeito da Congregação para a Causa dos Santos, o arcebispo Ângelo Amato.
  • 27 de maio de 2010

    As relíquias da Venerável Irmã Dulce foram retiradas do túmulo localizado na Capela do Convento Santo Antônio, onde estavam depositadas desde o ano de 2000 quando começou o Processo de Beatificação e Canonização, para os procedimentos de transladação para o túmulo definitivo na Igreja da Imaculada Conceição da Mãe de Deus.
  • 8 de junho de 2010

    Ocorreu a exposição pública das relíquias da Venerável Dulce, durante uma vigília na Igreja da Imaculada Conceição da Mãe de Deus, que teve início, às 20h.
  • 9 de junho de 2010

    Foi celebrada missa solene, na Igreja da Imaculada Conceição da Mãe de Deus, presidida pelo cardeal arcebispo de Salvador e primaz do Brasil, Dom Geraldo Majella, às 10h, e logo após a missa as relíquias foram depositadas no túmulo definitivo, com a presença de grande público.
  • 27 de outubro de 2010

    O cardeal Dom Geraldo Majella Agnelo, anuncia em entrevista coletiva à imprensa o voto favorável e unânime do colégio de cardeais e bispos da Congregação para a Causa dos Santos, a autenticidade de um milagre atribuído à Irmã Dulce, cumprindo, dessa forma, a última etapa do processo de beatificação da religiosa.
  • 10 de dezembro de 2010

    O Papa Bento XVI autoriza a promulgação do decreto do milagre que transforma a Venerável Dulce em Beata, ou Bem-Aventurada. A autorização foi dada pelo pontífice ao prefeito da Congregação para as Causas dos Santos, Cardeal Angelo Amato, em audiência privada no Vaticano.
  • 11 de dezembro de 2010

    Um dia após o decreto papal, a fase de canonização do processo foi iniciada. Isto significa que qualquer graça ocorrida a partir desta data poderia vir a ser analisada pelo Vaticano como o potencial milagre de sua santificação ou canonização.
  • 22 de maio de 2011

    É realizada a Cerimônia de Beatificação de Irmã Dulce. A histórica celebração, que coroou a primeira beata nascida na Bahia, reuniu mais de 70 mil pessoas no Parque de Exposições de Salvador. Após 11 anos de espera, a freira, conhecida por todos como o Anjo Bom do Brasil, passou a se chamar Bem-Aventurada Dulce dos Pobres, tendo o dia 13 de agosto como data oficial de celebração de sua festa litúrgica.
  • 13 de maio de 2019

    O Papa Francisco promulgou o decreto que reconhece o segundo milagre atribuído à intercessão de Irmã Dulce, cumprindo-se assim a última etapa do processo de Canonização da beata baiana. A freira, conhecida como o Anjo Bom da Bahia, se torna a primeira santa brasileira da nossa época e sua canonização será a terceira mais rápida da história (27 anos após seu falecimento), atrás apenas da santificação do Papa João Paulo II (9 anos após sua morte) e de Madre Teresa de Calcutá (19 anos após o falecimento da religiosa).
  • 1º de julho de 2019

    Durante reunião do Consistório, no Vaticano, o Papa Francisco anuncia que Irmã Dulce será canonizada no dia 13 de outubro de 2019. Oficialmente, ela passará a ser chamada de Santa Dulce dos Pobres e terá como data litúrgica o dia 13 de agosto.
  • 13 de outubro de 2019

    Irmã Dulce torna-se a primeira mulher nascida no Brasil a ser santa da Igreja Católica.

O projeto Pelos Olhos de Dulce tem o oferecimento do jornal CORREIO e patrocínio do Hapvida