Irmã Nilda, a freira que passou dias colocando gelo na cabeça de Dulce

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Por Jorge Gauthier (jorge.souza@redebahia.com.br)

Em seus 68 anos como freira, Irmã Nilda, hoje com 90 anos, teve a oportunidade de servir no auxílio de pessoas doentes nas cidades de São Cristóvão e Aracaju, em Sergipe, além de Salvador, na Bahia. Nilda integra a  Congregação das Irmãs Missionárias da Imaculada Conceição da Mãe de Deus, a mesma de Irmã Dulce. A entidade  foi fundada em 1910, em Santarém, no Pará.

Os fundadores, Dom Amando Bahlmann e Madre Imaculada de Jesus,  criaram a congregação com o objetivo de ajudar na saúde do povo da Amazônia, através da educação da juventude e crianças órfãs. Em pouco tempo, as freiras ligadas à congregação se espalharam por hospitais de pelo menos 12 países. 

Nilda trabalhou com doentes crônicos e recém-operados. Mas, em 1957, teve uma paciente especial: Irmã Dulce. Na época, ela estava no pronto-socorro do Hospital Getúlio Vargas (HGV) no bairro do Canela, que foi o antecessor do Hospital Geral do Estado e era a unidade de saúde de emergência mais importante da cidade. 

“A madre superiora da época do convento do HGV recebeu o pedido de ajuda da madre do convento Santo Antônio, onde Irmã Dulce ficava. Elas precisavam de ajuda porque Irmã Dulce estava doente e tinha que ter alguém em tempo integral com ela. Ela estava com uma dor de cabeça muito forte que mal conseguia abrir os olhos. Eu passei dois dias e duas noites colocando os ‘capacetes de gelo’ – compressas na cabeça dela –  para tentar diminuir as dores”, contou a freira que, atualmente, vive na comunidade Santa Clara com outras 12 freiras nos fundos do Hospital São José, em Aracaju. 

Irmã Nilda conta que, ao fim dos dois dias, Dulce teve que ir para o Rio de Janeiro, onde acabou sendo tratada de uma enxaqueca fortíssima.

“Ela sofria calada. Não reclamava da dor. Passou a maior parte do tempo em silêncio e rezando o terço. Eu me sinto agraciada de ter cuidado de uma santa”, destaca a religiosa.

O projeto Pelos Olhos de Dulce tem o oferecimento do jornal CORREIO e patrocínio do Hapvida