BATE E VOLTA DE 48 HORAS PRA COMEÇAR
É razoavelmente cansativo, mas como passeio certo vale, e muito, o esforço
Por Roberto Gazzi
roberto.gazzi@redebahia.com.br
Este texto foi imaginado por um paulista para o típico turista paulistano de fim de semana. É possível curtir a Chapada Diamantina num bate-volta saindo de Salvador e estando lá por 48 horas? Nem precisa ser paulista: se você não for um aventureiro muito exigente ou estiver mais para a categoria de sedentário, dá sim. Eis um roteiro entre Salvador e Lençóis, a mais estruturada das cidades da Chapada. De carro, são 6 horas de viagem, mas é possível ir de avião. Na chegada, muitos já correm para percorrer as proximidades. Não se apresse. Pesquise e contrate um passeio para o dia seguinte. Peça aquele que promete o melhor da Chapada e que custa cerca de R$ 250 por pessoa. Gaste o resto do dia para conhecer prédios e casinhas históricos do centro da cidade, que viveu seu auge de riqueza com os diamantes no começo do século passado. À noite, dê um passeio pelas ruazinhas do mesmo centro. Elas estarão lotadas, visitantes e locais à procura de um dos muitos bares, restaurantes e lojinhas. Há opções para todos os gostos e bolsos.
PÉ NA ESTRADA
No dia seguinte, às 8h, o guia te pegará com um carro para seguir para quatro atrações da região. Todas exigem esforço compatível coma maioria dos sedentários. Em meia hora de estrada, surge o acesso do Poço do Diabo. Chega-se ao destino final com relativa tranquilidade após uma caminhada entre pedras e uma descida nem tão íngreme. É um bom local para algumas braçadas, desde que você não se incomode coma água bem gelada. A segunda atração exige um Bom trecho de estrada, pois a Gruta da Lapa Doce fica em outro município. É de tirar o fôlego. As cores das pedras, as estalactites e estalagmites e, principalmente, o cenário escuro e silencioso tornam a visita uma experiência única. Saindo da gruta, vem o almoço, num quilo honesto que fica no portal de entrada. Estrada de novo, comum trecho de terra para se chegar à terceira atração: o Rio Pratinha, com sua gruta molhada e rio transparente. Minha experiência não foi das melhores, pois era um domingo de feriado prolongado. Como a área é aberta, a atração é concorrida. Num dia normal, certamente será uma experiência encantadora, pois o lugar é lindo. Um pouco mais de estrada e chega-se no fim do dia para a atração final, o famoso pôr do sol visto do Morro do Pai Inácio. A subida exige alguns cuidados, mas é tranquila. E o eventual esforço compensa ao se chegar no alto. A vista é deslumbrante. São daqueles instantes que jamais se esquece. Mais meia hora e você estará de volta a Lençóis. Vá jantar no Cozinha Aberta. O lugar é agradável e o serviço acolhedor. No dia seguinte, volte ao centrinho para um café da manhã típico e bom retorno. Coma certeza que foi um dos melhores bate-e-volta que você fez (ou fará) na vida.
SE SITUE
Como chegar
Lençóis fica a cerca de 420km de Salvador. De carro, o melhor caminho é pegar a BR-324 e depois a Estrada do Feijão (BA-052) até Ipirá, seguindo pela BA-233, passando por Itaberaba. A Azul oferece voo partindo da capital às quintas e com volta aos domingos.
Onde ficar
A cidade tem alternativas para todos os gostos e bolsos. O Hotel de Lençóis é uma excelente e opção, a pousada Pouso da trilha é bem aconchegante e tem um café da manhã incrível, enquanto o Hotel Chapada tem excelente localização, no centro da cidade (no Booking.com).
Onde comer
No Cozinha Aberta você encontra a culinária contemporânea misturada aos sabores regionais, como melhor do slow food. Av. Rui Barbosa, 30.
Dicas
Peça para o guia te contar a história do nome do Morro do Pai Inácio. É linda!