AVENTURA HIPPIE CHIQUE POP ORGÂNICA

Trilhas, festas badaladas e preços suaves são atrações do lugar mais jovem da Chapada

Por Victor Villarpando
@victorvillarpando
victor.villarpando@redebahia.com.br

Lembra da novela Estrela-Guia, protagonizada pela cantora Sandy numa aldeia hippie? O Vale do Capão parece com aquilo. É alternativo e gourmet ao mesmo tempo. Tem palmito de jaca e Nutella.

Looks dignos do Festival de Coachella, nos Estados Unidos, desfilam ao lado de blusinha indiana e sandália de couro. Dreads convivem numa boa com mechas californianas bem hidratadas. Costuma ser tranquilo, com poucas exceções anuais: São João, Réveillon e o Festival de Jazz – este ano em 22 e 23 de setembro (2017). Aí o lugar enche, mas não chega a ter confusão. É comum encontrar gente que largou tudo para viver lá, no meio do Parque Nacional da Chapada Diamantina. O clima é tão legal que até dá vontade de imitar. Palavra de quem já visitou três vezes e não vê a hora de voltar.

SE SITUE

Como chegar

A partir de Lençóis, de carro, siga pela BR 242 até Palmeiras. De ônibus (Viação Real Expresso), o trajeto dura 50 minutos e é feito em quatro horários por dia: 5h, 13h05, 19h05, 22h25. Custa R$ 9,96. Em Palmeiras, algumas placas que indicam o caminho, mas pode perguntar na rua que todo mundo sabe. A estrada de terra batida até o Vale do Capão tem cerca de 20 km e é percorrida em uns 40 minutos. Quem não está de carro precisa pegar jipe ou pedir carona, prática com um por lá.

Onde ficar

Quanto mais perto do centro, melhor. Tem o camping de Seu Dai (75 3344-1057), mais barato. A casa da pousada Grupiara (74 3344-1113) é tipo Airbnb simples. E os quartos da pousada Zazen (no Booking.com) são mais tradicionais e charmosos.

Dicas

Faz calor de dia e frio de noite. Leve repelente, lanterna recarregável e tênis confortável.

O MELHOR

A vila

Chão de paralelepípedos e casinhas coloridas. A maior parte do comércio fica lá. A praça é palco de eventos como Réveillon, São João e Festival de Jazz. Perto do coreto acontece, todo domingo de manhã, a feira. Além de hortifruti orgânico, há petiscos, roupas e cosméticos naturais. Rola até, à boca miúda, um brigadeiro que promete viagens intergaláxicas.

Riachinho

Obra prima da natureza é um clichê que vale. Cores complementares, o laranja das pedras contrasta perfeitamente com o azul celeste: parece coisa de designer. A proximidade do centro e a quase inexistência de trilha fazem dela a cachoeira mais popular do Capão. É point para curtir o pôr do sol. Como está no caminho de volta da trilha da Fumaça para o centro, é boa alternativa para melhorar a situação de pernas cansadas.

Angelica e Purificação

Pense numa água gelada? Reza a lenda que é a mais fria da Chapada. Pudera: o sol só bate direto lá por poucas horas e de manhã. O acesso é na Vila do Bomba, a 8 km do centro. Com 15 minutos de caminhada chega-se ao Poço da Angélica, piscina natural. O percurso até a Purificação demora mais uma hora e inclui até a travessia de pequenos rios. Sugiro guia.

Fumaça

Queda d’água mais famosa da região. É a maior da Bahia, com 340 metros de altura. O nome é porque, devido à altura da queda, a água se dissipa antes de chegar lá em baixo. Entre setembro e dezembro, por conta da estiagem, o volume d’água fica ainda menor. A trilha autoguiada tem 6km e demora cerca de quatro horas (ida e volta). Começa na sede da associação dos Condutores do Capão. Já para chegar à parte de baixo, a caminhada leva três dias.

Pizzaria Capão Grande

Só tem dois sabores, mas vive lotada. A pizza salgada tem tomate, cenoura, mussarela, molho pesto, azeitona, orégano e manjericão. A doce é banana, queijo e uma farofa de castanhas e gergelim. A massa é fina e sabor inigualável. A família dá para quatro ou cinco pessoas e custa R$ 66. A receita é do suíço Thomas Peterhans, radicado no Vale há mais de 25 anos. Os sucos são de frutas locais e, para substituir o ketchup, tem um melzinho com pimenta que é saborosíssimo. Abre todo dia, de 16h às 23h, menos terças-feiras. Aceita crédito e débito, coisa rara no Capão.

Coxinha de jaca

Não tem nada a ver coma fruta. Minha preferida é a vendida no bar ao lado do supermercado, que tem sabor de frango ao curry e casquinha crocante.

 

 

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