Maria Rita: sobrinha de Dulce segue missão da caridade

Do avô às sobrinhas, família de Irmã Dulce foi ‘obrigada’ a servir e ajudar o próximo
outubro 10, 2019
Quando a Igreja virou as costas para Irmã Dulce
outubro 9, 2019

Sobrinha da freira baiana 'herdou' da tia a missão de cuidar de suas obras sociais

Por Jorge Gauthier (jorge.souza@redebahia.com.br)

Irmã Dulce tinha um medo: que seus pobres e doentes não tivessem acolhimento após sua morte. Tentou, nos anos 1970, que Madre Tereza de Calcutá assumisse o comando das obras. A indiana recusou. No fundo, segundo falam pessoas que conviveram com ela, tinha um plano: Maria Rita Lopes Pontes, sua sobrinha que é filha de sua irmã mais próxima, Dulcinha. Deixou isso expresso em uma carta-testamento que mudou para sempre o destino da sobrinha que é jornalista de formação e estava morando no Rio de Janeiro.

“Não sinto como um peso. Eu sinto com um orgulho. No início fiquei com medo, mas hoje, tantos anos depois, sinto que tinha que ajudar a cumprir essa missão”, diz Maria Rita, emocionada.

Desde pequena ela já estava acostumada com o estilo de servir da família. “Meu avô era um homem muito benevolente e deixou para nossa família a lição de ajudar o próximo. Vivemos em uma sociedade onde as pessoas são cada vez mais egoístas. Ter o bem como norte é um diferencial que acalenta o coração”, explica Maria Rita que atualmente comanda mais de 4 mil funcionários em 21 núcleos.

Desde que assumiu a gestão das Osid, em 1992, Maria Rita só viu os sonhos de Dulce se multiplicarem. Hoje, como superintendente das Osid, tenta seguir o mesmo ‘padrão’ deixado pela freira.

“Tentamos manter o mesmo padrão de atendimento. Obviamente, as coisas mudaram com os avanços das leis e a profissionalização das atividades mas todos os funcionários fazem questão de manter vivo o legado deixado por Irmã Dulce de amar, servir e cuidar dos pacientes. Faço questão de manter a obra no mesmo jeito que ela deixou sem vinculações com nenhum partido político e com o pensamento em ajudar”, conta Maria Rita destacando que com isso pretende que as Osid tenham uma longevidade ainda maior.

O projeto Pelos Olhos de Dulce tem o oferecimento do jornal CORREIO e patrocínio do Hapvida