“Eu decretaria lockdown e investiria muito mais na produção de vacinas”. Essa ideia é de Leo Azevedo, que tem 9 anos e não tem dúvidas de como enfrentaria a pandemia do coronavírus. Ele já tinha ouvido falar em lockdown antes, em algum jornal, mas nunca viu a palavra ser tão falada como agora.
Leo mora em Muritiba, uma cidade que fica no Recôncavo baiano, com a mãe. Só que ele tem família morando longe. Tem gente que vive no Rio de Janeiro e em Brasília. Mas a covid-19 não tem deixado que ele viaje para visitar os parentes.
De uma hora para outra, a vida mudou. Leo acordava cedinho para pegar a van e ir até a escola em Cruz das Almas, uma cidade que fica a meia hora de Muritiba. Depois da aula de manhã, ele voltava para casa e fazia o dever. Em alguns dias, fazia natação ou jogava bola com os amigos.
“Eu perdi o hábito de jogar bola no fim de semana, mas aprendi a pular corda na quarentena. E faço os ritos tibetanos com minha mãe, que são séries de exercícios”, diz Leo.
Os ritos tibetanos são exercícios para o corpo que foram criados milhares de anos atrás no Tibete, um território que fica na Ásia, um continente do outro lado do mundo.
Leo tem um sonho que precisou dar uma pausa na pandemia: ele quer visitar todos os estados do Brasil até completar 18 anos. Até o momento, ele já conhece seis: além da Bahia, onde mora, já foi a Alagoas, Ceará, Minas Gerais, Rio de Janeiro e Rondônia.
Mas Leo sabe que é melhor evitar viagens por enquanto. “O coronavírus é um perigo para a humanidade”, alerta. Ele diz que acompanha um pouco de jornais na televisão. Dá uma passada de olho no Jornal Nacional e nos jornais da Bahia. Ele também lê alguns sites de notícia, mas não dispensa mesmo os livros da série Diário de um Banana, escritos pelo autor Jeff Kinney.
Como muitos de nós, ele ficou triste em algum momento da quarentena.
“Tive uma crise de choro um dia. Não lembro exatamente quando foi, mas acho que vi algo na Globo News na hora. Mas depois de seis meses de pandemia… A gente já superou a peste negra”, diz.
Por acompanhar canais de notícias como a Globo News, Leo está por dentro de assuntos bem sérios, como as disputas entre os Estados Unidos e a China. A pandemia fez com que a relação entre os dois países ficasse mais complicada.
“Você viu que Trump acusou a China de estar controlando a OMS?”, pergunta ele, à repórter. Leo estava falando de Donald Trump, o presidente dos Estados Unidos, e da Organização Mundial da Saúde, uma agência formada por vários países do mundo para tentar controlar doenças como a covid-19.
“Aqui está rolando eleições de prefeito e eu acho que o prefeito precisa ser um líder justo. Alguém que não tenha preconceitos, que seja bem cuidadoso com o coronavírus e não deixasse acontecer tanta violência. Basicamente, um Martin Luther King”, diz Leo.
Martin Luther King foi um ativista pelos direitos das pessoas negras nos Estados Unidos.
Mas e Leo sabe como ser cuidadoso contra o coronavírus? “É lógico que eu sei”, garante ele. “Você tem que usar máscara, não ficar muito perto das pessoas e passar muito álcool. Eu diria para os adultos ficarem em casa e não usar máscara no queixo, que vejo uma quantidade de pessoas usando”, diz.
Desenho
O CORREIO pediu que Leo fizesse um desenho mostrando o que ele pensa e sabe sobre a pandemia. Ele fez um desenho mostrando os humanos lutando contra o coronavírus.
O futuro
Leo também gravou um vídeo contando como ele acha que será o mundo quando a pandemia passar.
“Acho que o nosso futuro vai ser desse novo normal. Mas para a minha geração, a geração futura, acho que a gente vai ser mais consciente. A gente já viu o quão ruim foi esse vírus, então a gente deve ser mais responsável”, acredita.
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