Ruan Rolim tem 10 anos e não pode mais abraçar a avó. Ele mora na mesma casa que ela, mas em andares diferentes, na cidade de Poções, no Sul da Bahia. Por causa da pandemia do coronavírus, os hábitos tiveram que mudar.
“Eu tenho medo de sair de casa e tenho um pouquinho de medo de pegar e passar para minha avó. A gente não abraça mais ela”, explica.
Ainda que não conheça pessoalmente ninguém que tenha tido a covid-19, Ruan sabe que muitas pessoas pegaram o vírus na cidade.
Desde que pessoas começaram a ficar doentes, ele parou de ir à escola ou de sair para andar de bicicleta. Ruan também deixou de fazer uma das coisas que mais gostava, que era viajar para Salvador.
Antes, ele sempre brincava na frente de casa. Na escola, Ruan se divertia brincando de esconde-esconde, de pega-pega e jogava bola. Além disso, fazia aula de karatê.
“Sinto falta de ir para a escola, de abraçar meus amigos e as professoras. Agora eu tenho aula pelo computador todo dia”, conta ele, que estuda no 5º ano da Escola Meu Reino Encantado. As brincadeiras agora são só no quintal de casa, com a família e a cachorra Mel ou no celular.
Nos últimos tempos, Ruan descobriu muitas coisas sobre o coronavírus.
“Sei que quando sair tenho que usar máscara, ter o distanciamento de um metro e meio e que o vírus pode matar as pessoas. Tem gente que pega e não sente cheiro, não sente gosto das coisas”, explica.
Por isso, ele nem precisa pensar muito para decidir o que faria para acabar com a covid-19. “Eu faria a vacina e ajudaria todos que estão com o vírus”, diz.
Desenho
O CORREIO pediu que Ruan fizesse um desenho mostrando o que ele pensa e sabe sobre a pandemia. Ele desenhou um vírus sendo atingido por uma vacina e uma paisagem com álcool em gel e uma máscara.
“Eu quis representar a proteção contra a covid-19 e a esperança para que a vacina saia logo para assim podermos voltar a escola, viajar e brincar com meus amigos”, explica.
Ruan também gravou um vídeo contando como acredita que será o futuro quando a pandemia passar.
“Penso em voltar para escola, brincar com meus amigos, viajar com meus pais”, afirma.
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