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“Eu faria uma Avada Kedavra na covid-19 e ela morreria”

“Eu deixo o recado para vocês que o coronavírus vai passar”
outubro 27, 2020
“Eu fico com medo porque acho que se eu pegar o coronavírus, eu vou morrer. E eu não quero morrer”
outubro 27, 2020

Maria Cecília Amaral tem 8 anos, mora em Livramento de Nossa Senhora e acredita que o coronavírus é tão ruim quanto Voldemort, o vilão da saga Harry Potter

A solução de Maria Cecília Amaral para acabar com a pandemia do coronavírus veio do mundo da magia. “Eu faria uma Avada Kedavra nela e ela morreria”, diz, com a sabedoria de quem só poderia ser da casa Corvinal. 

Maria Cecília é fã da saga Harry Potter, o bruxo criado pela escritora J. K. Rowling. Na história, Avada Kedavra é também chamada de Maldição da Morte, um dos piores feitiços que existem. Quem é alvo dessa maldição acaba morrendo instantaneamente. 

Com 8 anos de idade, ela se viciou nos filmes da série. E foi assim que descobriu que poderia ser aluna da Corvinal, uma das quatro casas da Escola de Magia e Bruxaria de Hogwarts. Lá, os jovens bruxos são escolhidos para alguma das casas por um chapéu seletor que analisa a personalidade de cada um. 

“Por isso que quando as coisas melhorassem da covid, eu queria ir diretamente para o computador comprar uma passagem para Londres, para ir para Hogwarts”, conta ela, que sonha um dia visitar um país onde a língua oficial seja o inglês. 

Mas enquanto ainda não pode viajar, Maria Cecília continua morando com os pais em Livramento de Nossa Senhora, no Centro-Sul da Bahia. Antes da pandemia, ela acordava cedo para ir à escola de manhã e, à tarde, a depender do dia fazia curso de inglês ou treinava muay-thai. 

Nos momentos livres, passeava na praça, saía para tomar um sorvete ou brincava com o cachorro Ben. “Mas quando começou a quarentena, passei a ter aula online. As aulas são horríveis. Minha escola tem um site próprio, então a gente tem a aula nesse site”, diz. 

Cecília sente falta da interação com os colegas na escola
(Foto: Lari Souza)

Ela está no 3º ano da Escola Probo COC, mas sente falta mesmo da classe presencial. E para repor algumas das aulas perdidas até a escola se adaptar ao ensino remoto, Maria Cecília começou a ter aulas à tarde duas vezes por semana, além das que já tem de manhã. 

“Eu fico sempre com vontade de sentar na cama. Sinto falta de tudo, de interagir com as pessoas. No meio da aula na escola, você pode falar ‘ei, me empresta a caneta?’. Mas na aula online não pode. A pessoa vai até sua casa?”, explica. 

Maria Cecília conhece duas pessoas que tiveram covid-19: uma colega e um tio. Mas os dois se curaram e estão bem hoje. Ela diz que tem medo de pegar o coronavírus e conta que conhece o que todo mundo fala da doença. 

“Sei que é tipo uma gripe, mas 1000% pior. Sei que mata as pessoas, mas é a única coisa que eu sei, porque sou meio desligada da tv. Sempre prefiro ver uma série na Netflix. Agora mesmo estou assistindo Fuller House. Você conhece Três é Demais?”, perguntou, à repórter. Ela estava falando de duas séries que são ligadas e contam a história de três irmãs que perderam a mãe e moram com o pai, o tio e dois amigos. 

Quando a pandemia passar, Maria Cecília quer viajar
(Foto: Lari Souza)

Desenho

O CORREIO pediu que Maria Cecília fizesse um desenho mostrando o que ela pensa e sabe sobre a pandemia. Ela desenhou o vírus e Voldemort, o grande vilão da história de Harry Potter. 

Ela desenhou o vírus e o vilão Voldemort, de Harry Potter
(Foto: Acervo pessoal)

“Voldemort é ruim e o covid também. Voldemort mata as pessoas e o covid também. Esse é o sentido do meu desenho e esse, por incrível que pareça, é Voldemort”, explica. 

O futuro

Maria Cecília acredita que o futuro depois da pandemia vai ser bem parecido com a vida antes do coronavírus. 

“Não vai ser mais normal ver uma fileira de pessoas vendendo máscara. E as pessoas vão embora de novo, por exemplo, minha tia vai voltar a morar em Salvador”, diz. 

Ela gravou um vídeo contando como acha que as coisas vão ficar. 

Assista:

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